segunda-feira, 17 de março de 2014

Vadão já pensa na estratégia para Ponte eliminar Santos nas quartas do Paulistão

De desacreditada no início do Campeonato Paulista a classificada com uma rodada de antecedência para as quartas de final e atual quinto colocado na colocação geral do torneio. Após início que não empolgou o torcedor alvinegro, a Macaca se confirmou entre os oito melhores times do estado pelo quarto ano consecutivo – desde 2008, quando foi vice-campeão, o time tem estado constantemente presente na segunda fase da competição, com exceção de 2009 e 2010.

Em 2009, porém, a equipe foi campeã do Interior, assim como em 2013. Em entrevista ao site oficial, o técnico Vadão fala sobre a classificação tanto sob o ponto de vista do campeonato em si quanto da evolução constante da Ponte Preta nos últimos anos.

O treinador adianta ainda que pode poupar atletas contra o Mogi Mirim, agradece a torcida pelo apoio e ressalta: tudo conspira a favor do Santos, mas futebol se resolve no campo e, se por um lado eles são melhores na competição, nós podemos ser melhores em um jogo.

Neste ano a Ponte começou o Paulista sem crédito com o torcedor e agora está classificada mais uma vez para a segunda fase com uma rodada de antecedência. Como você vê isso?

 Vadão - A classificação com antecedência mostrou de maneira indiscutível como foi positiva a reação que tivemos. Quando cheguei ao time, ele estava em situação difícil, a nove pontos do adversário,  o São Bernardo tinha 100% de aproveitamento. A impressão que se tinha é de que seria impossível reverter o quadro e fizemos isso de maneira interessante, provando que o grupo não era tão frágil como se falava.

Por que então esse elenco não conseguiu decolar desde o início?

O Sidney (Moraes, treinador anterior) não teve tempo, pegou o time em situação de reformulação e com a torcida aborrecida com o que ocorreu na Sul Americana, onde a Ponte fez campanha muito bonita e que deve ser valorizada, mas havia a expectativa de título e o time também havia caído no Brasileiro. Então havia um sabor meio amargo para o torcedor, o time naquele início não se apresentou bem e o Sidney não estava conseguindo resultados. A soma disso tudo, a pressão, acabou refletindo em campo.

E então você chegou e, mesmo sem treinar a equipe, já venceu o Corinthians e emendou sequência positiva. Como foi isso?

O que eu fiz foi mostrar pra eles, no sábado (dia antes do jogo com Corinthians) que a situação não era o que parecia. O matemático da Ponte, o Laércio Vendite, já tinha elaborado as minimetas e ele e eu mostramos aos jogadores que tínhamos um jogo a menos – contra Ituano – que, se tivéssemos jogado e vencido, nos daria 50% de aproveitamento, sendo que com 55% de aproveitamento no campeonato garantíamos a classificação. Ou seja, podíamos mudar tudo naquele jogo contra o Corinthians, aquele jogo era o fiel da balança.  Eles entenderam que o bicho não estava tão feio quando parecia. Às vezes quando a pressão é grande, o grupo perde foco, começa a achar que estava muito ruim e não estava tanto assim. Então, sim, mudei também o sistema tático que não funcionou e por isso eu não continuaria com ele, mas naquele momento o mérito foi a conversa, foi mostrar a situação real e transformar uma visão pessimista em otimista.

Esta classificação com antecedência, além de confirmar a reação do time, também consolida as boas campanhas que a Macaca vem fazendo no Paulista desde 2008, quando foi vice-campeã. Como você vê isso?

É mérito da diretoria desde então, que vem fortalecendo muito a Ponte. Se você comparar a última vez em que trabalhei, em 2006, com o que temos hoje, a diferença é patente, a Ponte evoluiu muito. Ela já vinha crescendo, mas atualmente está muito melhor estruturada, profissionalizada. Nossos equipamentos de musculação, isocinético, o CT que ainda vai melhorar mais com reformas visando à Copa, tudo teve crescimento. Isso dá resultados e os números em campo estão mostrando isso não só nos paulistas, mas na Sul Americana, no Brasileiro onde o time subiu para a série A e permaneceu um ano. O fato de ter caído em 2013 é triste, mas deve se considerar que é difícil time médio permanecer na elite pelo fator financeiro. Tem hora que a montagem de time dá errado até pra quem tem dinheiro, então se até mesmo com equipes com maior poderio financeiro como Palmeiras, Vasco e Fluminense dá zebra, pode acontecer com a Ponte. Isso não deve nunca, porém, em hipótese alguma, apagar tudo que vem sendo feito, pois é fato que a Ponte vem evoluindo a cada ano. O torcedor da Ponte Preta tem que se sentir valorizado pela instituição.

A Ponte já entra no Majestoso neste domingo contra o Mogi classificada. Como focar os atletas nesta partida e não antecipar a expectativa contra o Santos? E como você pensa em proceder quanto aos cinco atletas pendurados (Adrianinho, Bruno Silva, Carleto, Ferrugem e Silvinho)?

Primeiro, a gente não pode ficar relaxado e fazer partida horrível no domingo. Temos que pensar também na classificação geral, porque se ficarmos bem e derrubarmos o Santos, podemos jogar depois em casa, tendo a torcida a nosso favor. Por outro lado, vamos fazer o que for melhor para a equipe da Ponte Preta e não para qualquer outro. Então sabemos que pode ter polêmica neste jogo, porque o Mogi está diretamente envolvido na luta pelo rebaixamento e ainda tem que ver o resultado deles no meio da semana em relação a isso. Mas não sei quanto vai ser nem me importa neste sentido, pois vou tomar conta da Ponte Preta, então os que estão com dois amarelos provavelmente serão poupados para o jogo contra o Santos. Digo que provavelmente porque esta é minha opinião, ainda vou ouvir o resto da Comissão Técnica, Departamento de Futebol, Diretoria. Mas vamos pensar e fazer o que for melhor pra Ponte, doa a quem doer.

Enfrentar o Santos, que passou a maior parte da competição em primeiro lugar, e ainda mais na Vila Belmiro, não será fácil. O que o torcedor pode esperar deste embate?

Em primeiro lugar eu quero agradecer o torcedor. Passamos por momento difícil em que ele apoiou o time e todos nós todos fomos premiados com a classificação. A torcida nos deu força e nós retribuímos em campo conquistando a classificação. Agora, em relação às quartas, futebol se resolve dentro do campo, nos 90 minutos. O Santos tem o melhor ataque, favoritismo, local do jogo, tudo conspira a favor do Santos. Mas é no campo. Podemos não ser melhores que eles, mas podemos jogar melhor naquela partida, sermos brilhantes e eliminá-los. Já aconteceu antes, recentemente: em 2012 a Ponte tirou Corinthians no Pacaembu e Corinthians era o melhor da competição naquele momento. Então vamos nos preparar para dar zebra, respeitando o Santos, mas usaremos todas nossas armas.

E quanto ao Brasileiro, Vadão? Obviamente você está focado no Paulista neste momento, mas a meta maior da Ponte neste ano é voltar à série A.

Sim, por isso mesmo a avaliação para o Brasileiro está sendo feita desde que chegamos. Por mais que estejamos pensando nas quartas contra o Santos, estamos tomando providências e agindo para o nacional. O Edno já chegou, fizemos vários contatos, realizamos reuniões periódicas de planejamento para o Brasileirão e estamos sondando outros jogadores que possam somar ao elenco. E a ideia é, dentro do possível, contratar o mais rápido para reforçar o time já para a Copa do Brasil. Conseguindo contratações mais cedo, elas podem nos ajudar o quanto antes.






Fonte e foto: assessoria de imprensa da Ponte Preta

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