terça-feira, 15 de setembro de 2015

Marcelo Moreno só volta a defender Bolívia se treinador for demitido

A goleada humilhante sofrida pela Bolívia para a Argentina por 7 a 0, na semana passada, em Houston, nos Estados Unidos. O técnico Julio Cesar Baldivieso, que assumiu recentemente o comando da seleção boliviana, meteu a boca no elenco, detonando inclusive a troca de camisa entre os jogadores após o desastre dentro de campo.

A maioria dos jogadores da Bolívia ficou revoltada com o treinador e pede a sua saída do comando da seleção antes de começar as Eliminatórias para a Copa do Mundo. E o mais contundente foi o artilheiro Marcelo Moreno, ex-Cruzeiro e atualmente no futebol chinês, que não pretende mais aceitar as convocações enquanto não mudarem o treinador.

``Passei os últimos dias pensando bastante a respeito da atual situação da seleção boliviana. Acredito que eu e os demais jogadores já estamos acostumados com a troca frequente de técnicos. Isso, muitas vezes, interrompe trabalho que poderia ser em longo prazo e que nos levaria a dar saltos maiores no cenário internacional. Porém, o momento com o atual treinador Julio César Baldivieso é crítico. Não concordo com a postura que ele vem mantendo conosco. Foram várias declarações infelizes desde o nosso último jogo (o primeiro dele), e creio que têm ferido a honra de quem sempre teve amor à camisa da Bolívia e serve à Seleção com dedicação e otimismo.

Penso que o Baldivieso não possui mais condições de estar à frente da Seleção e não existe mais clima para comandar os atletas, que ele abertamente já trata com desprezo. O mais agravante é o fato de ter começado o trabalho há pouco tempo, com apenas um amistoso, e não mostrar confiança em seus comandados. E não foi qualquer amistoso. Enfrentamos a Argentina, atual vice-campeã do mundo e da América, com time completo, que utilizou os grandes craques que estão nos maiores clubes da Europa. É claro que a derrota foi dolorida, e todos nós sentimos muito. Porém, trocar camisas com adversários de tanta qualidade no fim da partida é algo absolutamente normal. Não pode ser motivo de declarações lamentáveis quanto à nossa dedicação em servir à Bolívia. Além disso, o capitão Ronald Raldes, que, há vários anos, é um exemplo de liderança tanto para os jogadores experientes quanto para os que estão iniciando sua trajetória na Seleção, não teve sua capacidade respeitada pelo atual treinador. Tenho certeza de que, em situação sem conturbações, ele não teria decidido encerrar seu ciclo, mas continuaria exercendo a liderança e ajudando o time nas Eliminatórias - se sua história não tivesse sido desconsiderada por Baldivieso. Embora o técnico possa querer desenvolver seus métodos de trabalho, já começa errado quando, logo de início, põe em xeque o profissionalismo de sua equipe.

Por esses acontecimentos e outros, que prefiro não expor, cheguei à seguinte conclusão: não há possibilidade de que eu vista a camisa da Bolívia enquanto esse profissional estiver no comando da equipe. Será difícil manter clima saudável, que colabore para que a seleção faça campanha digna nas Eliminatórias da próxima Copa. Tenho certeza de que nunca vou me esquecer dos bons momentos que passei com a La Verde, inclusive o mais recente na Copa América. Foi competição em que tivemos confiança, algo que foi fundamental para que conseguíssemos resultado que poucos apostariam. Porém, prefiro não fazer parte desse ambiente que se criou, pois não vejo como o ideal para a evolução do futebol boliviano´´.





Fonte: Francis Melo Assessoria

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