O começo de ano não tem sido fácil para a Portuguesa Santista (veja o mascote). Após a derrota no julgamento no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em que disputava com o Barretos uma vaga na Série A-3 (Terceira Divisão) do Campeonato Paulista e do anúncio, na última semana, de que teria que devolver à União área em que se encontra a estrutura social do clube — excetuando-se apenas o estádio Ulrico Mursa — a Briosa já cogita iniciar o Paulistão da Quarta Divisão por "conta própria" — ou seja, sem um parceiro que ajude a bancar a equipe, como vinha ocorrendo nos últimos anos.
A Rubro-Verde já vem há cerca de um mês negociando com empresários da Capital, ainda não revelados pelo clube, e há duas semanas esteve às portas de assinar o contrato de parceria com o grupo. Contudo, o acordo não vingou e desde então a Portuguesa Santista — que já trabalhava com jogadores trazidos no início do ano pela possibilidade de disputar a A-3 e outros nomes das categorias de base — já prepara o elenco que disputará a Segundona com os atletas que têm à mão, mais outros que devem chegar nas próximas semanas, vindos de outros campeonatos estaduais que estão em curso.
Restando pouco mais de um mês para o início do torneio, o vice-presidente de futebol da Briosa, Marciel da Silva Turione, não descarta que até lá seja firmada alguma parceria. Segundo Turione, aliás, está agendada para essa semana uma reunião com o mesmo grupo com o qual a Rubro-Verde esteve negociando desde fevereiro. No entanto, explica o vice-presidente, o clube não cria maiores expectativas.
"Vamos dar sequência aos trabalhos tocando o time por conta própria, que é a realidade de hoje. Mas mesmo que venha o parceiro, já deixamos claro que independente de que vier, quem escolhe os titulares é o treinador, que foi escolhido pela Portuguesa", garante.
Atualmente treinam em Ulrico Mursa 23 jogadores. De acordo com Turione, 11 deles estão engatilhados para assinar contrato.
"Há também alguns atletas de confiança do Rodrigo (Santana, técnico da Portuguesa Santista), do Uberaba (MG) e da Bahia, que podem vir para somar", comenta.
Quem também está cotado para defender a Briosa na Segundona são dois remanescentes da campanha do ano passado: Filipe e Leandro Kivel. Ambos ainda possuem contrato com a Portuguesa e estão emprestados a Sertãozinho e River Plate (SE), respectivamente.
A manutenção da dupla no elenco, porém, ainda depende de uma discussão com os próprios jogadores.
"Às vezes esse atleta retorna com uma proposta muito boa para a carreira deles, então é preciso sentar e conversar. Principalmente se, de fato, o clube não firmar uma parceria, o que obrigaria uma redução da folha salarial", explica Turione. "Um exemplo: para um atleta acima dos 23 anos (um time da Segundona só pode relacionar três jogadores a partir dos 24 anos por jogo), a parceria nos permitira pagar um valor X. Sem o parceiro, seria possível pagar pouco mais da metade desse X", resume.
Apesar das especulações de que Nenê Berlarmino, embora ainda não anunciado, seria o técnico da Portuguesa Santista na Quarta Divisão, com Rodrigo Santana sendo seu auxiliar — como já o foi no Uberaba, clube em que Nenê estava até a semana passada, Turione garante: o treinador ainda é Rodrigo.
"Houve uma conversação com o Nenê no início do projeto. Ele tinha o compromisso com o Uberaba, não poderia se ausentar, mas deu ótimas referências sobre o Rodrigo, que era seu auxiliar. Quando o Nenê foi dispensado do Uberaba, ele até esteve no clube, mas não houve nenhuma conversação com a diretoria", conta.
Independente de parceria ou de quem será o treinador, o discurso na Briosa ainda é otimista quanto à briga pelo acesso à Série A3.
"A ideia não mudou. Até porque a partir do momento em que o time for embalando, mais pessoas vão aderir ao trabalho. A gente sabe que avançando para a segunda e terceira fase, a colônia (portuguesa) vai se movimentar. Por isso, o projeto, o objetivo ainda é um só: o acesso", conclui.
Fonte: Lincoln Chaves - Jornal Boqnews
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