terça-feira, 23 de julho de 2019

Bandeirinha revelado em escolinha de arbitragem estreia na série B no duelo entre Atlético-GO e Botafogo-SP


A escala de arbitragem para a 11ª rodada da Série B será especial para Luanderson Lima. Ele vai estrear como árbitro  assistente nº 2 de Marielson Alves da Silva, em partida que mexe diretamente com o G4, envolvendo o Atlético-GO, 4º colocado, contra o Botafogo-SP, o 5º, em Goiânia.

Aos 24 anos, Luanderson está há dois no quadro da CBF e até hoje só havia sido escalado para partidas das séries C e D, além das principais divisões do futebol baiano. Trata-se de mais um passo na realização do sonho que tem muita relação com um projeto social que começou na comunidade do Cabula, em  Salvador, e se espalhou pelo Brasil: a Divisão de Base de Árbitros de Futebol.

``Vem um pensamento na cabeça de reflexão em ver o quanto foi importante a nossa determinação para esse sonho se concretizar. É imensurável o prazer de desfrutar deste momento´´, diz o mestre todo orgulhoso do pupilo.


A DBAF foi criada há oito anos, por Rildo Gois, árbitro que atuou nos quadros da Federação Baiana até 2013. É um projeto social que atende crianças e adolescentes de baixa renda, dando aulas teóricas e práticas sobre a interpretação e execução das 17 regras de futebol, além de palestras com lições de disciplina e cidadania, atividades lúdicas e alimentação.

Por ser uma ação social voluntária, Rildo a sustenta com ajuda da CBF, ou com aporte do próprio bolso com o que ganha como professor. Só não se cansa de procurar ajuda nas empresas privadas. Mesmo com dificuldade, ninguém se acanha. Se a aula for prática e não houver um campo à disposição, os “futuros árbitros” vão para a praia mais próxima.


Luanderson foi o primeiro aluno. Ele e Rildo se conheceram em 2007, quando o menino de 12 anos apitava uma pelada na várzea e lhe confessou ter o desejo de ser árbitro de futebol. A idéia de criar a DBAF já existia e o árbitro profissional viu ali a possibilidade de começar o projeto, ainda que de forma não oficial.

Rildo se tornou o professor de Luanderson e a DBAF começou a ganhar forma. Com 16 anos, o adolescente entraria para o quadro baiano e no ano passado foi eleito o assistente revelação do Baianão da Primeira Divisão.

Mais de 150 jovens passaram pelo projeto e cerca de 40 estão envolvidos com o esporte. Só este ano, quatro oriundos da DBAF fizeram a pré-temporada da Federação Baiana, sendo que destes, três  integram o quadro da CBF. Além de Luanderson, Antonielson Silva, de 26 anos, e Danila Martins, de 26, têm atuado em competições nacionais. 

Foi com o dinheiro da arbitragem que eles conseguiram terminar seus estudos. Luanderson pôde pagar a faculdade de Recursos Humanos, Danila, o de Educação Física. Eles são inspiração para jovens de outros estados com a DBAF espalhando seu ensino à distância no Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, entre outros.

``Ver aquela criança virar homem, seguir nossas orientações e o quanto ele também lutou e acreditou na nossa proposta. Nosso objetivo sempre foi esse, o de poder incluir na sociedade através do esporte, usando a arbitragem para envolvê-los´´, afirmou Gois.

 


Fonte e foto: GDF Comunicação

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