Em 16 de março do ano passado, o futebol paulista foi paralisado. Um ano depois, a situação se repete. O motivo é o mesmo! A pandemia do novo coronavírus, que já tirou a vida de mais de 300 mil pessoas no Brasil e vem dificultando, inclusive, para o mundo da bola.
``Temos situação atual diferente de 2020. Há um ano os clubes que estavam disputando o Paulistão se reuniram e decidiram de forma voluntária pela paralisação do campeonato. E voltamos a jogar somente quatro meses depois. Desta vez fomos surpreendidos. Apesar de ter implementado o protocolo bem estruturado, com cautela e conhecimento da área médica, recebemos proibição de jogar no Estado de São Paulo. Isto nos entristeceu. Porque nós da Série A1 entendemos que a história durante a fase de pandemia foi positiva. Através dos rígidos protocolos de saúde mantivemos nossa situação sob controle. Temos a resposta dos médicos que nossa forma de agir com testagens semanais em atletas, comissão técnica, funcionários e staff dos clubes gerou ambiente seguro para treinos e prática do futebol. Ficamos chateados porque não tivemos este reconhecimento do poder público. Obviamente temos que acatar´´, explicou Paulo Silvestri, gestor do Ituano.
No retorno do futebol no ano passado foi instalado um protocolo de comportamento.
``“O protocolo de prevenção ao Covid foi desenvolvido por várias mãos com grande ajuda do comitê médico da FPF e participações de vários colegas do futebol paulista. Eu tive a ajuda do infectologista Sérgio Cimerman, do Emílio Ribas. Trocamos ideias sobre o assunto´´, explicou dr. Alexandre Santoro, médico do clube há 20 anos.
``A diretoria fez investimento contratando profissionais. São seguranças e auxiliares de enfermagem que estão o tempo todo aqui. O funcionário chega, é medida sua temperatura, responde questionário se teve alteração no corpo. Também existe aplicativo para funcionários da sede e estádio com questionamentos e informações de segurança. O mais importante não é o protocolo em si. Mas o comprometimento que temos com o que foi estabelecido. Não adianta ter bom protocolo se não temos a colaboração de todos. Desde o ano passado a equipe do Brasileiro, a atual do Paulista, é solicita e colaborativa com os pedidos. Fazemos semanalmente reuniões com vários setores. Quando viajamos, entro antes de todos nos quartos para fazermos pulverização com álcool 70º em travesseiros, camas e maçanetas. Ajudamos os atletas e familiares para que se sintam confortáveis em avisar problemas´´.
Desde junho do ano passado foram realizados testes semanalmente. São 36 testes neste período.
``Fazemos programação prévia antes dos jogos. Testamos atletas, comissão técnica e um rodízio com o pessoal do escritório. Todos se sentem amparados para ter tranquilidade no trabalho´´, contou o médico Alexandre Santoro, destacando outro item do protocolo do Ituano.
``Outro investimento importante é a casa Covid. Com o abraçar do protocolo tivemos poucos casos. Nesta casa, se o indivíduo testou positivo, ou tem suspeita, ele vai para esta casa e fica sendo monitorado. Recebe alimentação e suplementação necessária diária, além da visita de técnico de enfermagem três vezes ao dia. Ele vai buscar os parâmetros de controle médico e temperatura, tanto na parte física como psicológica, que ajuda neste momento difícil´´, lembrou Alexandre Santoro.
``A condição que o clube está oferecendo é fundamental. Tivemos situações no Brasileiro que viajamos para uma cidade que estava em situação pior que nossa, zona vermelha, nos reunimos e ficamos em outra cidade próxima. Trouxe aumento do custo para a diretoria, que tem oferecido segurança para todos. O resultado é baixíssima taxa de infecção´´, emendou.
A consequência deste trabalho de prevenção foi muito satisfatória.
``Nossa experiência foi positiva. Desde o protocolo apresentamos, nós exigimos que cada um assinasse o documento, se comprometendo a segui-lo. Como fazemos com o código de conduta e comportamento dentro do clube. E foi levado a sério desde o início, quando voltamos aos treinos em 2020. Recebemos ideias novas, ou sugestão da FPF ou CBF e incorporamos ao protocolo. O objetivo é sempre aprimorar. O protocolo é dinâmico, mas a base será a mesma, com disciplina de quem participa. Cabe ao clube colocar regras e infraestrutura para que sejam cumpridas. O ponto importante é o fator educacional. Entregamos informação através de panfletos e propagandas. Os atletas levam conhecimento para casa e compartilham com as famílias. Como coisas básicas, o uso de máscara e higienização com álcool em gel´´, analisou Paulo Silvestri.
Durante este ano de pandemia, onde o futebol parou por quatro meses em 2020, grande parte do custo foi bancado pelos clubes.
``Logo no começo tivemos o custo da paralisação do futebol por quatro meses. Foi dramático. Ninguém sabia quando retornaria. Mantivemos o elenco, funcionários e colaboradores recebendo. Os atletas treinaram à distância. Depois veio o custo da adaptação ao protocolo de segurança e saúde. Temos segurança no estádio, coordenadores que orientam as áreas que os atletas podem frequentar e as restritas. Além disso, a conta da testagem semanal neste ano está com os clubes. É pesada. Temos que continuar fazendo. Óbvio que tudo isso não estava no orçamento. Ainda temos uma casa como contingência caso de suspeita ou confirmação de positivo para não ter que sair correndo atrás de um local. Temos o plano total. Felizmente foi pouco utilizado. Contra inimigo invisível o segredo é nunca baixar a guarda. Quando você entrar no Ituano hoje, é muito parecido com maio e junho do ano passado. Com os devidos cuidados. Aqui não tem visita, não vem familiares, não recebemos agentes de futebol. Só vem quem tem algo para fazer ou esteja trabalhando´´, justificou Paulo Silvestri.
Os números da tragédia da pandemia aumentaram muito desde janeiro. O futebol não está a margem desta triste situação. Mas sua estrutura protege muitas famílias enquanto os campeonatos estiverem em andamento
``Temos sentimento pela tragédia que abateu o nosso País. O número de pessoas internadas e óbito é assustador. Todos estamos afetados. Todos conhecem alguém que foi afetado pela perda de alguém próximo. Isto vai marcar nossa geração para sempre. Vamos entrar na história da humanidade pela tragédia do Covid. Mas o futebol fez sua parte. É injusto não nos permitirem continuar com nossa atividade, apreciada pela maioria de brasileiros que sente falta do futebol na TV. Somos a única atividade que não mudou desde o início. Todas as atividades econômicas puderam abrir e receber público. Os shoppings, lojas, restaurantes e bares. No futebol não voltou público. Fomos rígidos com o protocolo. Por isso pedimos o reconhecimento do poder público para retornar. A paralisação além do dia 30 de março não pode se materializar. As consequências serão dramáticas. Estamos preparados para retornar e contamos com a liberação´´, finalizou o gestor do Ituano.
Fonte e foto: assessoria de imprensa do Ituano
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