Guarani, Sergipe, Boa Esporte-MG e Monte Azul. Essas foram as camisas que Pedro Acorsi teve a oportunidade de defender como atleta profissional. Sua primeira partida foi em 23 de novembro de 2019, pelo Guarani, contra o América-MG em confronto válido pela Série B. Quase três anos depois, o volante de 23 anos decidiu tomar uma decisão importante para a sua vida. Ele não irá seguir como atleta profissional e explicou os motivos em carta aberta:
``Antes de mais nada, gostaria de esclarecer que sou um privilegiado. Quando eu olho para trás e vejo uma multidão de amigos que sonharam, se esforçaram, mas não tiveram a possibilidade de ser um atleta profissional como eu, me sinto privilegiado.
Obviamente, eu tinha uma ambição em alcançar voos mais altos no futebol. No entanto, quando conhecemos o meio e somos honestos com nós mesmos descobrimos que o caminho para patamares mais elevados é bem mais estreito do que parece.
Se eu pudesse avaliar minha curta carreira, diria que fui um bom jogador (nada além e nada aquém). Porém, o motivo de maior orgulho não se refere a minha qualidade técnica e, sim, ao meu espirito coletivo. Nos clubes que defendi sempre priorizei os objetivos do time acima das minhas metas individuais. Até por isso, sempre deixei portas abertas por onde passei e gostaria, publicamente, de agradecer todos os clubes que atuei.
Com 23 anos, coloquei na balança os prós e contras de seguir como atleta profissional. Era reconhecido pela qualidade técnica e profissionalismo, porém, sem a famosa minutagem para me alçar a patamares que gostaria de atingir. Refleti muito sobre as possibilidades de mercado que se desenhariam para mim caso optasse em seguir como atleta. Estaria disposto a enfrentá-los e fazer com que minha família (esposa e futuros filhos) estivessem mobilizados a também enfrentá-los? Um sonho de infância e uma exposição pública seriam suficientes para sustentar o pouco tempo com a família, as cobranças desumanas por resultados, as estruturas precárias de trabalho de boa parte dos clubes e o desrespeito incrível com os salários que atrasam meses e meses?
Diante de todo o cenário que eu enxergava sobre o desenrolar da minha carreira e a maneira como enxergo a vida, decidi que era o tempo de mudar. Pretendo encontrar algo que me traga sentido. Não será um processo fácil, sei disso. Mas estou certo que Deus em todo tempo irá me guiar e me direcionar.
Quero ajudar pessoas. O projeto Pé de Apoio terá mais atenção da minha parte a partir de agora. Compreendi que a trajetória como atleta profissional é o meio da minha história e não o fim. Gratidão por tudo que vivi e sabedoria para novos projetos"
Vale destacar que o projeto Pé de Apoio foi criado por Pedro Acorsi em fevereiro de 2022. Junto com outros apoiadores, ele já ajudou mais de 100 crianças que foram presenteadas com chuteiras, meias e caneleiras. As doações foram para escolinhas da região de Campinas, em São Paulo. O objetivo de Pedro Acorsi é estender o projeto para outras regiões. Mais informações em: www.instagram.com/projetopedeapoio
Fonte e foto: AV
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