Em um ano de Copa do Mundo atípica e fora de época, a paixão dos brasileiros pelo evento segue trazendo otimismo para a população. Uma pesquisa realizada pela Apoema, que investigou os torcedores fanáticos pela seleção brasileira e pela maior competição de futebol do planeta, aponta que 71% deles acreditam que o Brasil tem chance de se tornar hexa.
O estudo, que se aprofunda no torcedor brasileiro, leva em consideração o cenário da pandemia, ano de uma das eleições mais polêmicas da história e a camisa da seleção ter se tornado símbolo político. A pesquisa também conta com análise sócio-histórica de como o futebol e a Copa do Mundo foram se consolidando no Brasil e formaram a identidade do torcedor.
A Copa do Mundo, há muitos anos, movimenta estruturas sociais e individuais. No sentido contrário, esses mesmos contextos, aliados a cenários políticos e culturais, também impactam diretamente a forma como o brasileiro se relaciona com o futebol. Existe relação que extrapola o evento em si e carrega signos sensíveis e potentes, refletindo muitos temas da vida. A Copa traz a oportunidade de manifestar e lidar com emoções que, muitas vezes, camufladas pela rotina, estão adormecidas. É a possibilidade de entrar em contato consigo.
De acordo com a pesquisa, 55% dos torcedores apaixonados nunca foram ao estádio, mas sonham em acompanhar uma Copa do Mundo. O levantamento mostra ainda que, apesar de muitas vezes a torcida não sair de casa, os brasileiros são dedicados: estudam, analisam, discutem, conversam e sonham acerca da seleção brasileira. Hoje, 62% dos torcedores apaixonados pela equipe do Brasil e Copa do Mundo dizem que acompanham e sempre vão acompanhar o time.
A torcida pela seleção também impacta diretamente os comportamentos de consumo: os jogos movimentam a venda de cervejas e eletrodomésticos, por exemplo, já que a festa está intimamente ligada às confraternizações em família. Em 2022, 24% dos torcedores pretendem comprar uma nova TV para assistir melhor aos jogos.
Outro aspecto da pesquisa mostra a íntima relação da Copa com o ambiente residencial – 91% dos brasileiros curtem assistir aos jogos no conforto do próprio lar e 29% organizam a casa para deixá-la mais confortável para o evento. Até porque, nesse sentido, 42% dos entrevistados dizem que a relação com o futebol começou a ser construída a partir das vivências com seus familiares e 32% dizem que, no período de Copa do Mundo, gostam de se reunir e torcer com as família e os amigos.
``O ato de torcer, por si só, proporciona momentos ao lado de pessoas queridas, que ficam marcados na história de cada um. O evento carrega memória afetiva, tanto para quem já assistiu a vitórias e conquistas quanto para quem só ouviu falar, mas sonha em vivenciar. É um respiro em meio ao caos´´, explica a fundadora e head de conteúdo da Apoema, Julia Ades.
A organização do trabalho também é impactada pela Copa do Mundo. É comum deixar os escritórios mais cedo para assistir aos jogos e, segundo o estudo, 30% dos torcedores gostam do evento por conta disto: a quebra da rotina.
Com a Copa do Mundo, o torcedor se dá permissão para descansar emocionalmente daquilo que o angustia. Nesse período, acontece uma espécie de pausa de aspectos que causam sofrimento, preocupação e desesperança. Os entrevistados afirmaram que o evento é uma oportunidade de se levar menos a sério e abrir espaço emocional para o lúdico se manifestar.
``A Copa do Mundo desperta a criança que existe em nós, mas que, podada socialmente, perde seu empoderamento´´, explica Julia.
A Copa também se apresenta como uma forma de quebra de regras sociais. O evento potencializa a ocupação da cidade e permissividade da desordem. Festas, aglomerações, amigos na calçada, ruas lotadas e tantas outras agitações que acontecem “fora de hora” caracterizam o evento esportivo.
Fato é que os brasileiros têm uma íntima relação com a Copa do Mundo ao longo da história. Nesse sentido, a pesquisa ainda traça a ordem cronológica dos jogos e seus principais impactos na sociedade. Um dado, em específico, chama atenção: 48% dos torcedores se sentem distantes da seleção. Porém, com a proximidade dos jogos, a tendência é que todos esses sentimentos apontados no estudo sejam despertados e que surja mais um momento histórico na trajetória do futebol brasileiro.
Veja a pesquisa completa em: http://www.apoema.info/quemtorce
Sobre a Apoema
Agência de pesquisa de comportamento que se propõe a humanizar os consumidores de grandes marcas. Nasceu em 2016, com a empreendedora Julia Ades, e ganhou o reforço da Helena Dias no fim de 2020. Juntas elas estudam comportamento de consumo indo a fundo no que realmente as pessoas são, o que fazem, suas essências, contextos e, com os dados colhidos, desenvolvem relatórios, documentários, podcasts, revistas fotográficas e outros materiais completos, que aproximam o mundo corporativo das diferentes realidades.
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