quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Ingressos tokenizados no futebol podem ser solução no combate à revenda de alto valor e falsificação


Duelo entre São Paulo e Flamengo, na próxima quarta-feira (6/12), no Morumbi, na última rodada do Campeonato Brasileiro, contará com a tecnologia blockchain para três lotes de ingressos


O Campeonato Brasileiro de 2023 já está caminhando para as últimas rodadas, mas a inovação tecnológica já está sendo testada. A partida que será disputada entre São Paulo e Flamengo, no Morumbi, na próxima quarta-feira (6), conta com a venda de ingressos tokenizados, oferecidos pelo clube paulista.

Batizado de Smart Ticket, ele ainda será testado, a partir de um piloto, com a disputa na próxima semana, mas seus criadores prometem mudar o atual mercado de ingressos para eventos esportivos, incluindo no futebol. De acordo com informações divulgadas pela empresa, serão disponibilizados três lotes, com valores entre R$ 200 e R$ 400.

As vantagens dos ingressos tokenizados, especialmente para os torcedores de seus times de coração, vão desde a experiência de usuário até a garantia de segurança e autenticidade. Mas será que isso implicaria a solução para combater a ação de cambistas, especialmente nos arredores dos estádios? Na visão de Carlos Akira Sato, sócio do Jantalia Advogados e especialista em Mercado de Capitais, Mercado Financeiro, Finanças Web 3, fintechs e special situations, essa é uma situação bastante viável de acontecer a médio e longo prazo.

``A rastreabilidade da tecnologia blockchain é capaz de registrar todas as etapas de transferência de um ingresso ou até mesmo impedir a sua transferência. Na hipótese de integração do bloco com uma solução de pagamento eletrônico, pode controlar ou até evitar a cobrança de valor superior ao da bilheteria original´´, explicou.

Considerando que todas as informações transacionais serão armazenadas no bloco e não podem ser alteradas, Akira Sato ressalta que as possiblidades de falsificação e venda duplicada dos ingressos são praticamente impossíveis.

``O emissor do ingresso pode inserir todas as regras de comercialização, inclusive revenda, no bloco, permitindo que todas as informações sejam transparentes para os consumidores e a autenticidade seja checada em cada transação. Além disso, podem ser atribuídas experiências diferenciadas, como a personalização de cada ingresso, transformando-o em um token não fungível - um NFT´´, disse.

O especialista também acredita que a experiência desses ingressos, especialmente neste jogo entre São Paulo x Flamengo, que é mais voltada a um público ‘premium’, pode ser ampliada futuramente para outros públicos.

``A tokenização reduz custos de emissão/controle e, simultaneamente, agrega experiências que podem aumentar a monetização do ingresso´´, defende Sato.

Além do direito de assistir à partida no Estádio do Morumbi, os compradores também terão acesso a uma série de experiências físicas e digitais, como acompanhar a criação de uma taça de premiação em uma impressora 3D, participar da criação de um mural comemorativo para o time em Realidade Virtual, ganhar uma lembrança colecionável física e em NFT e concorrer a uma camisa do clube autografada por jogadores.

Mas se o torcedor de São Paulo x Flamengo, no caso, desistir de comparecer ao jogo? Ele pode revender ou repassar a alguém? O advogado e especialista em Mercado de Capitais explica que depende das regras constantes do ingresso tokenizado.

``A segurança e agilidade do blockchain permite a devolução com reembolso sem fricção, na hipótese de integração com um meio de pagamento eletrônico, ou a revenda do ingresso com a possibilidade de limitação do ágio ou desconto´´.

Quanto à questão de acessibilidade, Sato não acredita que ingressos tokenizados possam ser um desafio para quem está longe de ser um nativo digital e ainda prefere os trâmites mais convencionais.

``A experiência será similar à do PIX. Ninguém está preocupado com a tecnologia que sustenta a operação. O importante é que ela funciona e traz uma experiência para o usuário simples e segura. Token/blockchain é apenas o meio. A experiência de compra será melhor, mais segura, mais barata e mais divertida´´, conclui.





Fonte: Carlos Akira Sato é sócio do escritório Jantalia Advogados, especialista em Mercado de Capitais, Mercado Financeiro, Finanças Web 3, fintechs e special situations.

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