O técnico Gilson Kleina concedeu entrevista coletiva nesta terça-feira (6/12) e falou a respeito do futuro da Ponte Preta, que após o acesso para o Brasileirão na atual temporada, além do vice-campeonato no Torneio do Interior, e planeja o 2012 muito melhor para a Macaca.
``Renovei meu contrato porque meu trabalho aqui foi valorizado, porque conquistamos nossas metas e porque tenho uma ambição pessoal de galgar um degrau a mais com a Ponte. Não vamos tirar os pés do chão, mas queremos dar sequência a um trabalho que vai dar certo de novo. Estou muito motivado para continuar na Ponte´´, destacou.
O treinador enfatizou que a renovação não foi apenas com ele e sim com todo o grupo que dirigiu o futebol em 2011.
``Esse foi um dos principais motivadores para que eu continuasse: ter a meu lado minha Comissão Técnica, o Niquinho (gerente administrativo),o Marcus Vinicius (gerente de futebol). O Márcio Della Volpe (gestor). As conversas para renovar com a Ponte sempre caminharam, mas quando o presidente me ligou para dizer que esse grupo continuava, foi um fator primordia´´, pontuou.
Kleina afirmou ainda que a Ponte começa o ano com uma base de jogadores, mas destacou que muito atletas se valorizaram e poderão não ficar.
``Tivemos o bônus do acesso, mas também o ônus. Podem ter certeza que o jogador que não renovar com a Ponte mesmo que ela tenha interesse é porque pediu muito para pagarmos. Temos que manter o pé no chão, não dar passo maior que a perna, mas ainda assim formar uma equipe competitiva. Vamos nos preparar para ter um algo mais.”
O treinador disse que a meta da Macaca é ficar entre os oito no Paulista e ir além do que foi este ano na competição, ir bem na Copa do Brasil e permanecer na Série A.
``Não podemos ser um time ioiô, que vai e volta no Brasileiro, por isso um grande objetivo é permanecer na série A. Mas o Paulista é a série A do 1º semestre. Hoje vejo a Ponte preparada para um título, está chegando esse momento e vamos trabalhar para que ele venha já no primeiro semestre´´, enfatizou.
Sobre a montagem do time, Kleina lembrou que alguns jogadores chamaram bastante atenção no Brasileiro, o que gerou o ônus anterior citado por ele.
``O Renatinho, por exemplo, irá para um grande time no Japão. Mas toda a diretoria está trabalhando firme para formar uma equipe que tenha qualidade aliada à competitividade. Não podemos, por exemplo, trazer um grande nome de referência em um setor e deixar outros desguarnecidos´´, explicou.
O treinador disse que não pretende falar em nomes enquanto não forem finalizadas as contratações – uma exceção já adiantada por ele é o lateral Cicinho -, mas pediu confiança à torcida.
``Não vamos decidir elenco em 2 de janeiro. Seguiremos a mesma receita deste ano, agregando valores. Na necessidade, quando perdermos alguém, traremos quem agregue valor igual ou maior ao que saiu´´, falou.
Perguntado sobre quem gostaria de pedir para a Ponte, Kleina brincou e depois preferiu delinear o perfil de jogador que prefere.
``Pedi o Messi e o Neymar, mas parece que não vai dar certo (rs) O que queremos são jogadores comprometidos, pessoas que conhecem e sabem o que fazer. A gente quer chegar mais longe e está chegando. Não vamos ser hipócritas e dizer que ao torcedor que vamos ser campeões em tudo, mas temos que mostrar confiança que estamos chegando e brigar por isso. Um fato engraçado é que há jogadores que liguei no passado que não queriam vir porque estávamos na série B e hoje me ligam dizendo que querer vir porque estamos na série A. A série A elitiza, chama´´, contou.
Kleina acrescentou ainda que manterá o mesmo discurso deste ano em 2012.
``Sempre pregamos o acesso, por exemplo, mas nunca deixamos de expor as dificuldades. Vamos continuar fazendo esse discurso, ter uma ambição maior, mas sempre com transparência. E é claro que precisaremos ter um investimento maior, sim, mas sem fazer loucura. O modelo administrativo da Ponte é correto, tem que continuar assim´´, enfatizou.
Uma diferença em relação ao ano passado que Gilson Kleina ressaltou será o fato de que ele poderá avaliar melhor jogadores da Base alvinegra.
``Vamos seguir mais a base, terei tempo para avaliar e aproveitar alguém que muitas vezes tivemos que procurar fora. Além disso, temos valores que não conseguimos explorar e que pretendo trabalhar no ano que vem, como o William, o Reynaldo, o Bruno Nunes e o Renan´´, exemplificou.
Kleina estabeleceu metas, mas prefere não fazer prognósticos.
``Não posso ser profeta. No Brasileiro deste ano, por exemplo, ninguém diria que o Cruzeiro ia brigar para não cair. Por outro lado, o Figueirense foi competitivo e chegou mais longe´´, afirma o treinador, que fez ainda uma pequena análise das competições de 2012.
``No Paulista do ano que vem teremos muitas equipes que já estão treinando desde outubro, iniciam a competição em outra forma física do que os que jogaram no Brasileiro. Nós temos também o Dérbi, que é uma competição à parte em um campeonato que é atrativo e todo jogador quer participar. Na Copa do Brasil temos mata mata, mas boas chances. E no Brasileiro somos o patinho feio,o único time que não é de Capital, e vamos brigar muito. O que podemos prometer é o seguinte: se vai ser difícil para nós, vai ser difícil pra eles´´, ressaltou.
Kleina destacou ainda que a Ponte recuperou sua imagem de time competitivo em 2011.
``Mostramos que temos condições, somos capazes, voltamos a ter respeito. Quando cheguei aqui o time não ganhava desde outubro e isso caiu nas minhas costas. Mantivemo então uma mentalidade forte, quebramos tabus, vencemos os grandes em casa e na casa deles. Tem que ser assim, grande na cabeça. O treino técnico, físico e tático nós damos, mas o jogador tem que colocar na cabeça que ele é grande e procuramos levar isso a ele. Para ter uma sequencia do sucesso, temos que ter uma equipe assim. E não vamos amolecer jamais, temos que procurar diferencial e querer sempre mais´´, disse.
O treinador finalizou falando sobre a importância do apoio do torcedor, da direção, de todo pontepretano.
``Quando perdemos do Boa, por exemplo, todos os que acreditavam no nosso trabalho ficaram do nosso lado e isso gerou uma mobilização positiva incrível. Se tivermos a força positiva, o apoio que tivemos na semana do ABC, durante 50% a 70% dos jogos do ano, é título na certa´´, projetou.
Brígida Baltar. Rio de Janeiro RJ.
Há 10 horas
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