O Campeonato Ucraniano vai recomeçar neste sábado (15/3). A competição que sempre é interrompida em janeiro e fevereiro por causa do rigoroso inverno, neste ano aumentou em duas semanas por causa da grave crise política na Ucrânia.
``A situação continua igual. Principalmente na Crimeia e em Sevastopol, que são as duas cidades que fazem parte da fronteira russa. Há muitas tropas russas lá, mas eles não atiraram e não teve nenhum confronto ainda. Mas a gente está em sinal de alerta. Fomos procurados pelo Cônsul brasileiro. Ele pegou os nossos contatos, os nossos dados, dizendo que estão sim preocupados com a gente. E que qualquer coisa que acontecesse e se a situação piorasse, eles nos dariam um plano de fuga, nos colocariam num avião e nos mandariam de volta para o Brasil. Isto de certa forma nos dá tranquilidade para saber que, se alguma coisa der errado, nós já temos o Cônsul brasileiro a nossa disposição para a gente poder sair desta situação de risco´, explica o meia Giuliano, que joga no Dnipro há três anos.
A Liga Ucraniana tem 16 clubes. São 36 atletas brasileiros jogando em 13 equipes. Todos eles receberam o mesmo aviso do Governo Brasileiro.
``Com todos. Através de nós mesmos jogadores. Um falando com o outro, conseguindo os telefones de outros jogadores e sabendo quem são os outros brasileiros e quais times eles estão, para que o Cônsul e o governo brasileiro tenha tudo controlado. E qualquer caso de emergência a gente possa sair tranquilo do país e poder estar salvo num lugar seguro´´, afirmou Giuliano.
Na sua cidade, Dnipropetrovsk, não houve nenhum problema de violência.
``Até agora nada. Na verdade teve manifestação muito pequena no centro da cidade, onde eles quebraram a estátua de alguém que fez parte da Ucrânia antiga, que eu não sei exatamente quem é. Mas fora isso não teve nenhum sinal de violência. A cidade está tranquila e a gente está na expectativa de que as coisas melhorem´´, contou.
Na terça-feira (11), o Parlamento da Crimeia decretou a independência da região, cinco dias antes do referendo popular sobre a anexação à Rússia. A tensão pode aumentar. Por isso, os atletas brasileiros não trouxeram suas famílias a Ucrânia após a fase de preparação para o reinício da competição.
``Esse é o pior lado de toda a situação. Ainda há o perigo. Então não podemos trazer a família, trazer as pessoas que estão por trás de você porque corremos esse risco. Isso nos deixa intranquilo e chateado por não poder ter a família perto. Mas a gente fica torcendo para que as coisas melhorem para trazermos eles e ficarmos bem aqui´´, falou Giuliano.
O Dnipro reabre a competição no sábado justamente contra o Sevastopol, equipe da cidade do mesmo nome que fica na Crimeia, sudeste da Ucrânia. O jogo será na Arena Dnipro.
Além do Sevastopol, a Criméia tem ainda outra equipe, o Tavriya. Ambos não deverão jogar em casa neste returno.
``Eu tenho pouca informação a respeito. Mas pelo que eu escutei e pelo que estavam comentando, essas equipes não jogariam em casa. Todas as vezes que eles tivessem que jogar em casa, ou iriam para outra cidade ou jogariam na casa do adversário. Porque não há condições de ir para essas cidades. De repente a gente não consegue nem entrar. É inviável viajar e ter uma partida de futebol nessas cidades´´, explicou.
Fonte e foto: Fellegger & Fellegger
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