Revelar talentos na base é um dos preceitos para qualquer time que queira desenvolver bom futebol. Em seus tempos áureos, a Ponte Preta era verdadeiro celeiro de jovens atletas e comprovava esta tese. De maneira inicialmente tímida, mas consistente, a Macaca vem retomando esta vocação e está fazendo cada vez mais bonito.
Neste início de 2014, a Ponte foi um dos times que mais utilizou atletas surgidos na base nas competições que está disputando: até agora foram 11 no Paulista e na Copa do Brasil, que juntos já somam mais de 60 horas de futebol. Entre os paulistas, apenas o Santos atingiu número superior neste ano, de 16 jogadores.
Na sequência da Macaca vem o São Paulo, com 10 atletas, seguido pelo Palmeiras (7). Completa as equipes de São Paulo, o Corinthians, que usou menos de cinco atletas formados na base. Comparando-se a equipes do Interior, como o semifinalista Penapolense, por exemplo, a distância é ainda maior: o time de Penápolis utilizou neste ano três atletas da base.
``Este é o caminho a seguir, sempre. Em setembro de 2012, lembro-me de ter dito em entrevista ao site oficial da Ponte que em 2015 do goleiro ao volante teriam que vir da base, que queríamos 50% do time profissional vindo de lá. Continuo pensando desta forma e fico feliz em saber que estamos cada vez mais próximos de chegar neste objetivo´´, diz o presidente Márcio Della Volpe.
Responsável pelo levantamento, o auxiliar de tecnologia esportiva Cláudio Grillo destaca um fator importante, que vai além da mera presença dos atletas no elenco profissional.
``É importante realçar que os nossos atletas jogaram em tempo mais do que, por exemplo, os sete atletas da base utilizados pelo Palmeiras. Além disso, com relação à produtividade é preciso destacar que o mérito de conquistar uma vaga para a próxima fase da Copa do Brasil se deve basicamente a um time composto por atletas revelados na base e este foi um feito que outros grandes não conseguiram. O Palmeiras também jogou com um time do mesmo nível que nós enfrentamos em Roraima e não evitou o segundo jogo; o São Paulo foi com força total enfrentar uma equipe também bem mais fraca e não conquistou a vaga´´, pontua.
Outro detalhe destacado por Grillo é que os atletas formados na base que atuaram até agora no profissional da Ponte são de safras mais recentes, a exceção do meia Adrianinho.
``No São Paulo, por exemplo, tem Rogério Ceni, Denílson, Ademílson e até Rodrigo Caio, que já estão há dois anos ou mais no elenco profissional. No Santos, dos 16 atletas utilizados da base, apenas cinco estiveram na última Copa São Paulo e os outros já estão também há dois anos ou mais no profissional. No Palmeiras, três já estão há muito tempo treinando nos profissionais - Vinícius, Bruno e Patrick Vieira´´, diz.
Um fato interessante a ser notado é que dos jogadores que atuaram pela Macaca pela Copa São Paulo, quatro já figuraram no elenco profissional.
``Na Copa São Paulo atuamos bem, mas acabamos superados na primeira fase. Isso mostra que o clube trabalha para revelar e não somente conquistar campeonatos, pois há outros clubes que vencem a taça e não utilizam os atletas que atuam nela no profissional. Claro que também queremos vencer, mas o principal é revelar talentos para a Ponte´´, revela o diretor de futebol de base Francisco Kiko Marques.
Ele acrescenta que está observando mais novos talentos na Copa Ouro, onde os SUB 15 e 17 já passaram para as fases finais.
``E vale lembrar ainda que o lateral Jeferson, que já foi convocado repetidas vezes para a Seleção Brasileira SUB 17, só não conseguiu atuar no time profissional neste ano porque se machucou enquanto defendia o Brasil, mas já está em fase de recuperação e em breve deve aumentar esses números positivos´´, lembrou.
Atletas formados na base que a Ponte utilizou em 2014
Campeonato Paulista
Adrianinho – 929 minutos
Alef – 864 minutos
Ademir – 776 minutos
Rossi – 458 minutos
Junio – 160 minutos
Matheus Olavo – 65 minutos
Lika – 25 minutos
Ivan – Banco em uma partida
Total no Paulista: 8 atletas utilizados, num total de 3277 minutos (54,6 horas)*
Copa do Brasil
Alef – 90 minutos
Rossi – 90 minutos
Wilker – 90 minutos
Ademir – 69 minutos
Matheus Olavo – 21 minutos
Bruno Arcanjo – 21 minutos
Matheus Aiás – banco
Junio – banco
Total na Copa do Brasil : 8 atletas utilizados, que atuaram juntos 381 minutos (6,35 horas)
Total geral: 11 atletas formados na base, que atuaram 3658 minutos (60,96 horas) pelo time profissional
Observação: Ademir, Bruno Arcanjo, Matheus Aiás e Junio e estavam no time que disputou a Copa São Paulo
Fonte: assessoria de imprensa da Ponte Preta
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