Sérgio Agostinho de Oliveira Vieira – ou simplesmente Sérgio Vieira – será o mais jovem técnico no comando de um time no Paulistão 2016. Nascido na Vila Póvoa de Lanhoso, no Distrito de Braga, região Norte de Portugal, o treinador de 32 anos encara seu maior desafio na profissão.
Vieira já dirigiu o Atlético-PR interinamente em duas partidas no segundo semestre deste ano e também já esteve no comando do Guaratinguetá, ainda em 2015, quando evitou que a equipe do interior de São Paulo fosse rebaixada.
Em Curitiba, ele está à frente dos trabalhos iniciais da pré-temporada da Ferroviária no CT do Atlético-PR. De lá, ele concedeu a entrevista a seguir ao site oficial da equipe de Araraquara.
A torcida afeana quer te conhecer. Conte sua trajetória no futebol. Você começou como jogador?
Sérgio Vieira - A minha trajetória no futebol tem cerca de 20 anos, 10 como jogador e 10 na parte técnica. Joguei no futebol de base e cheguei aos 22 anos no nível competitivo equivalente à série D brasileira, quando já estava na universidade estudando futebol.
Qual a sua formação como treinador?
Aos 21 anos, fui estudar futebol na Universidade, quando me licenciei em Treino Desportivo de Alto Rendimento de Futebol. Durante o período em que estudava, já trabalhava na parte técnica de clube da 1ª Liga Portuguesa, chamado Naval. Durante 10 anos trabalhei como auxiliar técnico/analista no profissional em diversos clubes de Portugal. Atuei com diferentes treinadores e muitos jogadores de diversas nacionalidades, inclusive brasileiros (Elias, Corinthians; Anderson Polga, ex-seleção brasileira; Elton, atacante do Vitória; Rafael Bastos, Figueirense; Felipe, goleiro do Figueirense; Osvaldo, do Fluminense, entre outros). Quando cheguei ao Brasil, comecei como técnico-tático no Atlético-PR. Posteriormente, fui convidado para assumir o sub-23 para a disputa da Copa Paraná. Em seguida, o clube realizou parceria com o Guaratinguetá para a disputa da Série C. Quando terminou a Série C, fui convidado a assumir interinamente o time principal do Atlético PR na Série A e na Copa Sul-Americana. Com a chegada do Cristovão, eu regressei à equipe de sub-23.
Quais técnicos servem como referência, alguém com quem trabalhou ou mesmo admira?
Jesualdo Ferreira, hoje no Al-Sadd, do Catar, foi técnico com quem tive a oportunidade de trabalhar no Sporting e Braga, ambos de Portugal. Ele atuou em quatro temporadas no Porto, onde foi tricampeão português. Com ele, aprendi detalhes técnico e táticos importantes, que só os treinadores de ponta conseguem ensinar os jogadores, como fez com Hulk (Zenit), Falcão Garcia (Chelsea), Pepe (Real Madrid), Fernando (Manchester City), Lisandro Lopes (Inter de Porto Alegre), Lucho González (River Plate), entre outros. Tenho como referência sempre os melhores, os vencedores, aqueles que deixam marca de conquista por onde passam. Mourinho, Guardiola, Alex Ferguson, Tite, Diego Simeone, Carlo Ancelotti, Jurgen Klopp, Jorge Jesus, são alguns dos treinadores que admiro.
Desde quando está no Brasil? E o que pensa sobre o futebol brasileiro?
Eu estou aqui desde 13 de fevereiro de 2015. Em relação ao futebol brasileiro, devo salientar que tem tudo para ser o melhor do mundo, tudo está relacionado com a organização e leis que o regem. O Brasil tem dimensões continentais, torcidas maravilhosas, número enorme de equipes grandes, tem população para lotar estádios, a história mais rica do futebol mundial, com o melhor jogador de todos os tempos (Pelé) e a seleção mais vitoriosa (pentacampeã). Falta aproveitar melhor essas virtudes.
Sobre a Ferroviária, o que mais te motivou a aceitar esse desafio?
A ambição de continuar a escrever a história deste clube, escrever capítulo de sucesso e conquistas.
O que o torcedor afeano pode esperar do time no Paulistão e qual a meta para esse torneio?
Pode esperar time ambicioso e com muita vontade de vencer. Cada jogo do Paulistão e Copa do Brasil será encarado como final e com espírito guerreiro, que deve caracterizar a forma como o torcedor vai nos apoiar. A meta passa, em primeiro momento, por garantir a manutenção na Série A-1 e vaga nas quartas de final e série D do Brasileiro 2016. A partir desse momento tudo será possível.
Na montagem do elenco, você pretende contar com jogadores com quais características?
Gostaria de contar com os melhores nos aspectos tático, técnico, físico e mental, mas compreendo as limitações econômicas e sei até onde podemos contratar. Acima de tudo, nós pretendemos contar com jogadores inteligentes e com grande ambição coletiva, com sede de conquista.
Quanto ao esquema tático, tem alguma preferência ou algo já definido?
Tudo depende dos jogadores que conseguirmos reunir e das suas características. Tenho como base o 4-3-3, um volante e dois meias. Posso optar pelo 4-3-3, com dois volantes e um meia ofensivo. Em termos defensivos, este sistema pode estruturar-se em 4-4-2 ou 4-1-4-1, dependendo se iremos jogar com um ou dois volantes.
Fonte e foto: site oficial e assessoria de imprensa da Ferroviária
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