A Ponte Preta desperdiçou excelente oportunidade para entrar no G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro no último sábado. Apesar de atuar dentro do estádio Moisés Lucarelli, em Campinas, a Macaca não exibiu um futebol convincente e perdeu para o Ipatinga-MG por 2 a 1. Foi o que bastou para a torcida perseguir determinados jogadores, como o atacante Márcio Mexerica e os volantes Wilian e Tinga e o meia Rogerinho. O técnico Marco Aurélio cobrou apoio da torcida e mostrou tranquilidade, mas nesta segunda-feira, ele e o diretor Dicá pediram demissão. Pintado é o novo treinador da Macaca.- A decisão de ambos nos pegou de surpresa. Ninguém da diretoria esperava por isso, o trabalho que Dicá e Marco Aurélio estavam desenvolvendo era muito bom e o time estava começando a crescer e a se firmar. Infelizmente os dois sofreram com a pressão da torcida e acabaram pedindo para sair - explicou o presidente Sérgio Carnielli.
O treino desta segunda-feira será comandado pela equipe de comissão técnica que permanece na Ponte Preta - o preparador de goleiros Carlos Galo, o assistente técnico Monga, o observador Fábio Moreno e o preparador físico Luís Fernando. As funções de diretoria exercidas até então por Dicá ficarão a cargo dos demais integrantes do departamento de futebol.
- Como foi uma ação inesperada, sequer estávamos cogitando outro técnico, por isso teremos que iniciar agora os contatos com possíveis candidatos ao cargo. Nosso objetivo de subir continua o mesmo e queremos tranquilizar a torcida. Traremos o melhor profissional disponível e temos certeza que ainda há tempo hábil para fazermos uma bela campanha e ficarmos entre os quatro primeiros, subindo para série A. Marco Aurélio já havia demonstrado que o elenco é forte ao ganhar o título do Interior e ficar entre os oito melhores da Copa do Brasil. Agora é trabalhar pelo que queremos conquistar - diz Carnielli.
MARCO AURÉLIO ESTAVA SOFRENDO PRESSÕES DA TORCIDA
O técnico Marco Aurélio havia admitido que a Ponte Preta não mostrou serviço dentro de campo, mas lamentou o comportamento de alguns torcedores, principalmente daqueles que ficam nas cadeiras cobertas, atrás do banco de reservas. Para ele, a torcida precisa fazer a sua parte e apoiar os jogadores mais jovens. Com críticas destrutivas e ofensas, os novatos ficarão abalados e perderão a concentração nos jogos dentro de casa.
- A paciência do nosso torcedor é muito curta. Eu fico pessoalmente muito triste com a derrota, sempre me abato, mas fico mais triste ainda pelas coisas que vemos. Apesar do trabalho magnífico que estamos fazendo, não existe a compreensão das pessoas. Isso é uma dificuldade que se cria e temos que repensar muitas coisas - afirmou o treinador.
De acordo com o pensamento de Marco Aurélio, algumas atitudes acabam prejudicando na atuação de determinados atletas, principalmente os mais jovens. Foi isso que o treinador sentiu ao longo da partida contra o Ipatinga.
- Fizemos um jogo contra o Coritiba (Copa do Brasil) com 90 minutos de pressão e o torcedor de lá torceu 90 minutos a favor, jogou junto. Eu acho que o nosso time precisa disso, pois é um time jovem. Tem hora que se vaiar, o torcedor vai estar jogando junto com o adversário. O torcedor tem que pensar nisso. Alguns já vem com ódio no coração e com pedra na mão. É triste eu ter que falar isso, mas acho que tem que mudar um pouquinho - cobrou Marco Aurélio.
O treinador da Ponte Preta admitiu que estava preocupado com o comportamento da equipe diante do Ipatinga. Em sua avaliação, os jogadores mais jovens ficaram chateados com a eliminação na Copa do Brasil.
- Antes mesmo da partida, estávamos com a preocupação de que jogadores sentissem a derrota para o Coritiba, ou que pensassem que estávamos muito bem e que poderíamos ganhar a qualquer momento pela boa atuação que tivemos. Então houve sim uma desatenção do time - analisou.
A Ponte Preta volta a campo nesta sexta-feira, às 21 horas, no estádio Serra Dourada, em Goiânia, quando terá pela frente o Atlético-GO, pela quarta rodada da Série B do Brasileiro. E até lá o treinador espera corrigir os erros com muito treinamento.
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