O técnico Luiz Felipe Scolari chegou a Guangzhou no sul da China, foi apresentado no novo clube e já iniciou o trabalho nesta sexta-feira (12/6). Há quatro anos o presidente do Guangzhou Evergrande queria a sua contratação. Na época, o treinador brasileiro trabalhava no Palmeiras.
``Eu já tive a oportunidade em 2011, quando estava no Palmeiras. Tive contato muito forte com a presidência com reuniões em São Paulo. Naquela época nós tínhamos trabalho no Palmeiras que estava sendo desenvolvido e eu disse que não iria. Eles saíram daqui foram a Europa e contrataram o Marcelo Lippi. Ele foi muito feliz e ele fez trabalho muito bom. No final do ano, com a saída do Lippi, eles voltaram a me procurar. Eu estava no Grêmio e disse que tinha idealizado trabalho no clube e que seria difícil. Agora novamente com minha saída, eles voltaram a me procurar na semana passada e depois de algumas reuniões definimos a ida com minha comissão técnica para projeto de trabalho que poderia ter sido feito em 2011. Agora vamos completar a ideia do mesmo presidente daquela época´´, contou Luiz Felipe Scolari, que levou consigo os auxiliares Flávio Murtosa e Ivo Wortmann, o preparador físico Darlan Scheineder e o preparador de goleiros Carlos Pracidelli.
A Liga Chinesa está na metade do campeonato. No outro final de semana vai terminar o primeiro turno. São 16 clubes que disputam o campeonato em pontos corridos. Mas com característica peculiar. O Guangzhou jogará 11 rodadas das 15 do segundo turno fora de casa.
``Como é país continental, tem determinados locais no mês de fevereiro e março que não se pode jogar por causa do frio. Muita neve. Então a tabela é montada nos lugares mais quentes como no sul, onde fica Guangzhou. Por isso meu time no primeiro turno jogou 11 partidas em casa. E no segundo turno vamos jogar 11 das 15 partidas fora de casa. Foi isso que meu presidente explicou. E minha estreia no Guangzhou será contra o time do meu amigo Cuca no próximo dia 21´´ explicou Scolari.
No momento são quatro líderes com 26 pontos. Além do Guangzhou, lideram o Shandong, time do Cuca, Shangai East e Beijing Guoan. O campeonato vai terminar em 31 de outubro. Além da Liga Chinesa, o Guangzhou está classificado às quartas de final da Liga dos Campeões da Ásia. Na fase de grupos foi o primeiro colocado contra o Seoul, Sidney Wanderers e Kashima Antlers. Nas oitavas eliminou o Seongnam da Coréia do Sul.
``Vamos jogar numa chave com equipes da Coréia e Japão. Haverá sorteio e poderemos pegar o Jeonbuk, da Coréia, com quem temos boa relação com o seu presidente. Ou então vamos enfrentar os japoneses do Kashiwa Reysol ou Gamba Osaka. Na outra chave estão as equipes árabes do Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Irã. É competição que já conheço pois disputei com o Bunyodkor do Uzbequistão´´, lembrou Scolari.
Em 33 anos como técnico de futebol, carreira iniciada em 1982, no CSA, de Alagoas, Luiz Felipe Scolari trabalhou 13 anos fora do País. Sua primeira oportunidade foi na Arábia Saudita em 1984, quando assumiu o Al Shabab. Foram dois anos de trabalho e um vice-campeonato árabe. Em 1988 assumiu o Al Qadsia do Kuwait, onde conquistou a Copa do Kuwait. Depois assumiu a seleção do País e conquistou a Copa do Golfo em 1990.
Scolari ainda voltou para a Arábia Saudita, onde trabalhou no Al Ahli e depois no próprio Al Qadsia no Kuwait. Em 1997, ele foi trabalhar no Japão e montou a equipe que ganharia a J-League do mesmo ano com o técnico Valmir Louruz. O treinador retornou antes para assumir o Palmeiras.
Em 2003, Felipão assumiu a seleção de Portugal, onde trabalhou durante cinco anos. Foi vice na Euro 2004, quarto colocado no Mundial 2006 e chegou às quartas de final da Euro 2008. Foi para o Chelsea e interromperam seu trabalho com sete meses quando a equipe ocupava a terceira posição da Liga Inglesa, e estava classificado para as oitavas de final da Liga dos Campeões e na Copa da Inglaterra. Da Inglaterra foi trabalhar no seu sexto País. Assumiu o Bunyodkor, onde conquistou invicto a Liga do Uzbequistão.
``Espero fazer na China como sempre fiz em todos os lugares que trabalhei e que o Guangzhou espera de mim. Com dedicação e amor ao que faço. Também espero participar de projeto para a evolução do futebol na China. Conversei com o Consulado e eles querem minha ajuda levar o futebol para as crianças e assim buscar evolução do futebol chinês em quatro ou até oito anos. Quero agradecer a oportunidade. É meu sétimo país e sei que é muito difícil trabalhar em tantos países assim por causa do idioma, costumes e dificuldades que sempre se encontra. Mas posso garantir que estou muito feliz e vou em busca dos resultados que o Guangzhou deseja e nós almejamos´´, finalizou.
Fonte: Fellegger & Fellegger
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