A Ponte Preta, mais uma vez, está próxima de conquistar o seu primeiro título na Primeira Divisão. A Macaca, fundada em 1900, bateu na trave inúmeras vezes. Mas ficou sempre no vice. E agora em 2017, após superar Santos (quartas) e Palmeiras (semifinais), vai disputar o título do Paulistão com equipe técnica, competitiva e com a inteligência do técnico Gilson Kleina.
Mas a derrota para o Palmeiras por 1 a 0, sábado (22/4), fora de casa, merece reflexão profunda de todos os jogadores e comissão técnica na Ponte Preta. A defesa continua sólida, com Marllon (suspenso no primeiro jogo da final) e Yago (emprestado pelo Corinthians). Os prováveis retornos dos laterais Nino Paraíba e Reynaldo deixam a torcida animada.
Os volantes Fernando Bob, jogando muito, e Elton, recuperando a boa forma, são esperanças de grande futebol. O artilheiro Pottker tem tudo para ser o craque do campeonato, enquanto Lucca, reencontrando o bom futebol, e Clayson, jovem promessa, são opções interessantes para velocidade, contra-ataques e gols.
Só que a Ponte Preta vai precisar ser insinuante fora de casa na final. As derrotas para Santos e Palmeiras precisam servir de alerta. Contra o Peixe, no Pacaembu, o 1 a 0 levou para as cobranças de pênaltis, onde a Macaca foi mais competente e se classificou.
Já diante do Palmeiras o primeiro tempo foi preocupante. A Ponte Preta teve uma única oportunidade de gol, em chute perigoso de Pottker. Nenhuma jogada em velocidade com Lucca e Clayson. Os laterais se limitaram a marcar. O meio-campo marcou e não criou. Não foi sequer esboço da Macaca atrevida que havia atropelado o Verdão com vitória arrasadora por 3 a 0, no Moisés Lucarelli, em Campinas.
É claro que a expressiva vitória por 3 a 0 deixou a Ponte Preta excessivamente tranquila. Ninguém apostaria que a Ponte Preta seria ofensiva. Mas ao fincar os pés na defesa e apostar somente na força de marcação, o Palmeiras cresceu e criou sete boas oportunidades de gol apenas no primeiro tempo. Sorte que a eficiência do goleiro Aranha, e a falta de pontaria do Verdão, acabaram ajudando a Macaca.
Na etapa final, o Palmeiras seguiu em cima, mas fez 1 a 0 muito tarde. E a postura da Ponte Preta foi a mesma. É verdade que deu resultado. A equipe comandada pelo técnico Gilson Kleina chegou a grande decisão do Paulistão, o que foi extremamente importante. Mas é possível notar que vai precisar de algo a mais, ou algo que já faz dentro de casa, para ficar com o inédito título e sair do jejum. Ou vai bater na trave outra vez.
Por enquanto, mesmo sem a eficiência que pode e deve jogar fora de casa, a Ponte Preta é merecidamente a finalista do Paulistão 2017. Mas para quebrar o tabu e ser campeão pela primeira vez, todo mundo espera algo a mais da Macaca. Não no Moisés Lucarelli, onde o futebol tem agradado. Mas, fundamentalmente, fora de casa, onde a equipe, que pode jogar muito mais, foi econômica no jogo ofensivo.
EM TEMPO:
Está cada vez mais difícil um diálogo com os torcedores pelas mídias sociais. A irracionalidade, as palavras chulas, as ofensas por você ter opiniões diferentes acabam nos tornando, na imprensa esportiva, pessoas que não estão nem aí para o seu público..
Na vitória da Ponte Preta por 3 a 0, entendi que o Pottker sofreu pênalti do Fernando Prass, e o Mina meteu a mão na bola dentro da área. Na minha interpretação, claro, aconteceram dois pênaltis a favor da Macaca, que poderia ter vencido com mais tranquilidade.
Minha análise foi detonada por palmeirenses. Me chamaram de corintiano, fanático por time pequeno, doente e até que era minha inveja pelo sucesso do Verdão, dentro e fora de casa. Que o meu futuro no jornalismo era fazer jogos da Ponte Preta, que o Palmeiras era muito gigante para a minha capacidade.
Veio o jogo na Arena do Palmeiras, critiquei a postura, que considerei excessivamente defensiva da Ponte, e que para ser campeão a equipe terá de ser muito mais ousada fora de casa. Embora difícil, reconheço, e com o recurso da TV, entendi que houve dois pênaltis a favor do Palmeiras. Foi o que bastou para a torcida da Macaca virar o jogo
E as críticas e ofensas mudaram. Os palmeirenses concordaram comigo. E alguns finalmente falararam que eu estava aprendendo a trabalhar com clube grande. Já a torcida da Ponte, além de são-paulinos, corintianos e santistas, todos torcendo pela Macaca, me detonaram. Para eles eu sou um palmeirense fanático e frustrado. Detesto clubes do Interior. Não valorizo o trabalho dos pequenos e médios clubes. Até ameaças de agressão física eu recebi. Tudo por omitir opiniões.
Não basta ver e rever a imagem e ter opinião formada. Igual ou contrária a minha, o que é absolutamente normal. É preciso ser inconveniente, irracional, intolerante, agressivo e ofensivo!
A Ponte Preta está cada vez mais gigante. Mas grande parte da torcida, infelizmente, cada vez mais estúpida. E as mídias sociais, infelizmente, estão dando voz a um monte de imbecis. O caminho? Bloquear e acabar se afastando de gente assim! Uma pena!
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