Com 11 desfalques (em decorrência de jogadores com Covid-19, recuperando-se da infecção ou ainda lesionados), a Ponte Preta foi a Ribeirão Preto e venceu o Botafogo por 1 a 0, no sábado (13/3), pela quarta rodada do Paulistão. Um dos destaques da partida, porém, foi que dos 15 atletas que atuaram nos mais de 90 minutos, oito eram da Base (dois, Anderson e Robinho, jogaram profissional pela primeira vez).
``Foi disparada a vitória que me trouxe mais satisfação, pois coroa ideia, ideal, luta que travamos para valorizar a base. Falamos desde a pré-temporada, os jogadores sabem e é algo que nos deixa orgulhosos. Falei que podiam ficar tranquilos, a responsabilidade era toda minha e que jogassem o que sabiam, sem nervosismo´´, disse o técnico Fábio Moreno.
O treinador ressalta que é sempre preciso ter calma com a garotada, e exemplifica o pensamento falando sobre o autor do gol da vitória.
``O Léo Naldi é muito capacitado, mas é garoto que está se formando. Sempre tenho muito cuidado, porque não podemos deixar carga pesada de expectativa ser depositada nas costas de jogadores em formação. O Léo se supera, é de muita intensidade, das características que eu vinha pedindo contratação para a diretoria e temos dentro de casa. Esses meninos são importante para o futuro, mas eles vão oscilar. É preciso ter calma, paciência, que o momento certo deles vai chegar´´, avisa.
Moreno finaliza o pensamento destacando que o ideal é ter em campo mistura de jogadores mais novos e mais velhos.
``A vitória traz tranquilidade para o trabalho e inserção dos atletas da base. A gente vinha fazendo boas partidas, quase venceu o Novorizontino, que ganhou do São Paulo. Tivemos bom desempenho contra Santo André e Corinthians, mas o resultado não estava vindo. Agora veio e dá tranquilidade para garotada voltar em nova oportunidade mais tranquila. A mescla da base com atletas experientes vai favorecer a Ponte, é o que considero ideal. Em Ribeirão, estávamos desfigurados, tivemos que apostar todas as nossas fichas na base e fizemos com convicção e confiança , pois sabemos do amor e entrega deles´´, conclui.
Sem tempo para treino e pandemia
Fábio Moreno conta ainda que, em virtude do calendário apertado, a equipe praticamente não teve tempo para nada entre o jogo em Goiás, pela Copa do Brasil, e a partida de sábado.
``A gente vem em sequência dura, desgastante, sem tempo de treino ou descanso. Os jogadores estão sentindo, e treinar os coloca em risco de lesão. É tudo à base de palestras, conversa. O que facilita com os garotos é que eles já vem de sequência na base, carregam fundamentos e trabalharam na pré-temporada conosco´´, avalia.
O treinador também ressalta a atuação do restante do elenco, fundamental para a conquista dos três pontos. Entre estes, o goleiro Ygor Vinhas, que fez diversas defesas difíceis.
``Jogamos fora de casa, contra adversário que complicou o São Paulo, no Morumbi, que apresenta força física e dificuldade para os que o enfrenta. Fizemos nosso melhor, mas não tem como garantir que a bola não chegue no nosso gol, mas ficamos tranquilos porque temos o Ygor, que mesmo voltando da Covid, sem ritmo, mostrou toda capacidade. Quando não paramos o adversário, contamos com grande goleiro´´, elogia.
Por falar na pandemia, que vem impactando a Ponte nas últimas semanas com desfalques, o treinador opina.
``A gente precisa lembrar que a Covid-19 está causando problemas em todo país, matando milhares de pessoas. Brigamos muito tempo por conta de vacina, uso de máscara. Nossos governantes falharam nesse sentido e hoje sentimos na pele. Na Ponte estamos tendo a ausência de atletas e vários membros da comissão técnica, até o presidente foi infectado´´, cita.
O comandante da Macaca acrescenta:
``Precisamos lembrar que pessoas estão doentes, não estão com gripezinha. Corpo debilitado, precisam de atenção, acompanhamento. Somos expostos a risco muito grande, ontem o Yuri sentiu dor de cabeça e febre antes da palestra e já foi isolado, não sabemos se ele está com Covid ou não, esse é o novo desafio. A contrapartida é que , diante de tudo isso, a superação das adversidades mostra que o grupo da Ponte está embutido no compromisso, no ideal de fazer as coisas acontecerem.´´
Moreno termina falando sobre a paralisação do futebol, determinada pelo governo do Estado para ocorrer inicialmente de 15 a 30 de março.
``Se parar vai ser bom, porque freia a pandemia. Precisamos ter a cabeça voltada para a saúde, os familiares, e não pensar apenas no próprio umbigo. O futebol está inserido na sociedade. Se temos tantos casos onde seguimos protocolos rigidamente, imagine lá fora. Os hospitais estão lotados, tem gente morrendo na fila. O futebol parar é algo que foi estudado para que o pior passe e voltemos a trabalhar com segurança´´, finaliza o treinador da Ponte.
Fonte e foto: assessoria de imprensa da Ponte
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