sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Dirigente deixa o cargo no Guarani

Depois de um ano e oito meses no cargo, o diretor de futebol do Guarani, José Carlos Hernandes, anunciou ontem sua saída do Brinco de Ouro. O ex-dirigente vinha sendo bastante criticado pela torcida, sendo inclusive agredido no início do mês durante assembléia geral de associados.

Em entrevista coletiva, Hernandes alegou que o principal motivo de deixar o Bugre foi a agressão na última segunda-feira sobre um de seus filhos. “Enquanto era só comigo não tinha problema, pois não sou de fugir do pau. Mas quando mexeram com a minha família, infelizmente tive que me render a isto”, justificou, afirmando ainda que vinha sofrendo ameaças. “Eu gosto muito do Guarani, mas gosto muito mais da minha família”, completou.

A diretoria ainda não informou quem assumirá o cargo.Por contratar e elogiar o ex-técnico do time Roberval Davino, por prometer dois jogadores top de linha e apresentar dois reservas, e até ser flagrado dormindo durante um treino por uma emissora de televisão, Hernandes vinha tendo sua cabeça pedida há várias semanas.

Na assembléia de sócios realizada no último dia 10, no ginásio de esportes do clube, um torcedor bateu no ex-diretor com uma muleta. “Fui agredido por uma facção, porque isto não pode ser chamado de torcedor. São terroristas e a torcida organizada que estou falando é a Fúria (Fúria Independente)”, apontou ex-cartola. “Quando fui agredido por estes delinqüentes, fiz exame de corpo de delito, registrei boletim de ocorrência e eles terão que pagar pois serão processados”, acrescentou.

Além de criticar o comportamento da torcida organizada, Hernandes disse que os problemas com integrantes da Fúria ocorrem desde sua chegada. “Eles tinham privilégios, ganhavam ingressos para vender, entre outras coisas, mas acabamos com isso. Desde então, esta bronca recaiu sobre mim”, garante.

A Fúria contesta as acusações. “Desconhecemos qualquer ameaça contra ele ou agressão contra seu filho. Não partiu da nossa torcida, até porque nossa ideologia hoje é totalmente contra a violência”, afirmou André Rouco, um dos diretores da torcida. “Todos as torcidas organizadas um dia receberam algum tipo de ajuda e com a gente não foi diferente, assumimos isso. Mas rompemos isso tipo de relação com a diretoria anterior antes da atual assumir”, completou Rouco.

Desde junho de 2006 no cargo, Hernandes deixa o Guarani com apenas um objetivo cumprido: o acesso à Série A-1 do Paulista. Em contrapartida, amargou o rebaixamento para a Série C em 2006, a precoce eliminação na terceira divisão do País em 2007 e o fraco rendimento no atual Paulistão.

Warley Menezes Baptista
Da Agência Anhangüera
warley@rac.com.br

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