Aos 35 anos, disputando sua 20ª temporada desde que começou a atuar na base do Inter/RS, em 1993, Rodrigo Gral está muito perto de atingir uma marca fantástica: 500 gols na carreira. Artilheiro em diversas equipes por onde passou, tanto no Brasil, como no Japão, o jogador chegou para defender as cores do seu time do coração há dois meses.
Natural de Chapecó, então menino assistia aos jogos da Chapecoense com o pai no Estádio Índio Condá. Mais de duas décadas depois, além de realizar o sonho de criança atuando no Verdão do Oeste, o atleta também está pronto para entrar de vez na história de 39 anos do Clube. Ao fazer de cabeça o primeiro gol na vitória por 3 a 1 diante do Duque de Caxias no último domingo (30/9), pela 14ª rodada da Série C, Rodrigo Gral contabilizou seu gol de número 499.
``Só tenho a agradecer por esta oportunidade que estão me dando. Primeiro a Deus, sempre comigo, minha família, amigos e toda a torcida da Chapecoense pelo carinho, força, incentivo e apoio. Estou muito feliz porque breve realizarei um sonho de fazer 500 gols, algo inimaginável há vinte anos quando comecei. Além disso, saber que estamos no caminho certo para levar este time à Série B me deixa mais contente ainda. Acreditem, vocês todos que citei são muito importantes nesta caminhada. Deus é fiel´´, afirma o veterano.
A expectativa do próximo gol é ampla e permanecerá até o confronto diante do Brasiliense, novamente na Arena Condá, sábado (6/10), às 16 horas. No entanto, apesar da ansiedade, o camisa 9 destaca que a meta maior é classificar a Chapecoense para o mata-mata e o grupo está focado.
``Evidente que penso muito em fazer o 500 na próxima partida. Mas o mais importante é jogarmos bem e vencermos, para seguir na parte de cima da tabela, pois queremos ano que vem o Verdão na Série B, desta forma, o gol vira consequência. Só que vai ser lindo estar dentro da Arena Condá, com o torcedor lotando a arquibancada e esta marca sendo atingida´´, analisa.
Conheça um pouco mais da trajetória de Rodrigo Gral:
“Quem me ensinou a bater na bola usando chuteira de trava alta foi o seu Abílio dos Reis”.
É com esta frase que o atacante Rodrigo Gral fala sobre o início da carreira no futebol, pelo Internacional, em 1993. Ainda menino, jogava futebol de salão (hoje futsal) na cidade de Chapecó, onde nasceu. Levado ao Estádio Beira-Rio para realizar testes, conheceu um dos maiores entendedores de divisões inferiores do Brasil. ‘Seu Abílio’, como era chamado, revelou Falcão, Dunga e Carpegiani, além de garimpar diversos garotos nos campinhos do interior.
``Tenho uma história que me emociona sempre que conto. Quando o Inter me dispensou por não ter espaço no alojamento, eu estava apenas esperando eles me darem uma passagem para retornar para Chapecó. Foi o Seu Abílio quem me pegou pela mão, me levou até o Estádio Olímpico, me deixou no portão e disse: ‘vai guri, daqui eu não passo, mas está tudo certo’. Ele respeitava demais o Grêmio e não entrou, mas havia cuidado de tudo para mim. Era um cara sensacional´´, revela.
No bairro Azenha, depois de três treinamentos, chamou atenção dos professores e foi convidado a ficar. Já não retornaria para Santa Catarina e marcaria época nas categorias de base do Tricolor, onde até hoje detém a marca de maior artilheiro da história com 172 gols.
``Desde que comecei contabilizo os gols. Quem faz este trabalho, na verdade, de catalogar tudo é meu irmão, que tem todos os recortes, reportagens de todos os países que passei, enfim. Estou com 499 ao todo e breve quero chegar nesta marca importante. Claro que focado em auxiliar a equipe que jogo atrás dos objetivos do clube também´´, afirma.
Nascido Rodrigo Gral em 21 de fevereiro de 1977, uma peculiaridade envolve seu sobrenome: O correto é Grahl, porém, somente quando requereu a cidadania italiana, devido à descendência da família, modificou e reparou a grafia inicialmente equivocada. Contudo, pela dificuldade em acertarem a escrita pelos clubes onde passou e na mídia em geral, optou por manter como nome de guerra apenas Gral, sem a letra ‘h’ dos antepassados.
Ficha técnica
Data de nascimento: 21/02/1977
Local: Chapecó/SC
Altura: 177cm
Clube atual: Chapecoense/SC
Clubes
- Inter (1993)
- Grêmio/RS (1994-1997)
- Juventude/RS (1998)
- Grêmio/RS (1999-2001)
- Flamengo/RJ (2001)
- Sport/PE (2001)
- Júbilo Iwata/Japão (2002-2005)
- Yokohama Marinos/Japão (2005)
- Omiya Ardija/Japão (2006)
- Al-Khor/Qatar (2007-2009)
- Al-Sadd/Qatar (2009)
- Bahia/BA (2010)
- Santa Cruz/PE (2011)
- DPMM/Brunei (2012)
Títulos
- Singapure League 1st stage (2012)*
- Campeonato Pernambucano (2011)
- Qatar Crow Prince Cup (2008)
- Xerox Cup (2004)
- J.League (2002)
- Campeonato Carioca (2001)
- Campeonato Gaúcho (1999)
- Copa Sul-Minas (1999)
- Campeonato Gaúcho (1998)
- Troféu Colombino/Espanha (1997)
- Copa do Brasil (1997)
- Campeonato Brasileiro (1996)
- Recopa Sul-Americana (1996)
- Campeonato Gaúcho (1996)
- Campeonato Gaúcho (1995)
*A equipe do DPMM disputa desde 2009 a Liga Nacional da Cingapura
Títulos/Base
- Brasileiro de Seleções (1996)
- Campeonato Gaúcho (1996)
- SBS Cup/Japão (1996)
- Torneio Romeu Goulart Jacques (1994)
- Campeonato Gaúcho (1994)
- Campeonato Metropolitano (1993)
Gols*
- Inter/RS (1993) | 6
- Grêmio/RS (1994-1997) | 195
- Juventude/RS (1998) | 27
- Grêmio/RS (1999-2001) | 20
- Flamengo/RJ (2001) | 1
- Sport/PE (2001) | 25
- Júbilo Iwata/Japão (2002-2005) | 88
- Yokohama Marinos/Japão (2005) | 9
- Omiya Ardija/Japão (2006) | 12
- Al-Khor/Qatar (2007-2009) | 52
- Al-Sadd/Qatar (2009) | 8
- Bahia/BA (2010) | 22
- Santa Cruz/PE (2011) | 4
- DPMM/Brunei (2012) | 5
- Chapecoense (2012) | 2
* Mais 23 assinalados pela Seleção Brasileira de Base
Fonte e foto: Aguante Comunicação