Um gol aos 47 minutos do segundo tempo, marcado pelo atacante André Tavares, definiu o quarto colocado e último clube a conquistar o acesso à Série A-2 (Segunda Divisão) do Campeonato Paulista de 2016. Naquele dia, o Sport Club Atibaia venceu o Barretos por 1 a 0 e carimbou seu segundo acesso seguido em apenas seis meses. Saiu da Quarta divisão em dezembro de 2014 e chegou à Série A-2 em maio do ano seguinte.
Festa na cidade? Nem tanto. Agora, com a falta de estrutura do estádio municipal Salvador Russani, que tem capacidade para apenas três mil lugares, o time foi sacado, conforme consta no regulamento da Série A-2, do conselho arbitral e a carta foi enviada ao Barretos, quinto colocado e, por ter estádio com capacidade para 10 mil pessoas.
``É a sensação mais frustrante que o futebol pode proporcionar. Vencemos o Barretos em jogo dramático, jogando sem estádio, em Indaituba, com gol aos 47 do segundo tempo. Agora, sabe quem foi chamado para o conselho técnico da A2? O time que perdeu naquele jogo´´, falou Leonardo Silvério, que com apenas 29 anos comandou os dois acessos como vice-presidente do clube.
Apesar da indignação do dirigente, o regulamento da Terceira Divisão (Série A-3) sempre foi muito claro. O acesso em campo só será confirmado se o clube comprovar a capacidade do seu estádio para mudar de divisão.
``Pagamos os salários rigorosamente em dia, temos CT completo com hotel para os jogadores, damos premiação extra. Trabalhamos com mentalidade de clube grande e assim conquistamos dois acessos em seis meses. Agora, pelo fato da cidade não ter a estrutura exigida pela Federação, não nos dão tempo para adaptação. Se não temos estádio, por que não fazer como o Red Bull, que treina em Jarinu e joga em Campinas?´´, questiona.
Apesar de citar o Red Bull Brasil, o Atibaia esquece que o clube joga em uma cidade e treina em outra desde a Quarta Divisão. Por determinação da FPF, a equipe que troca de divisão não pode, em seu primeiro ano em outra divisão, trocar sua cidade por outra.
O modelo de gestão do Sport Club Atibaia chamou a atenção do futebol paulista após conquista de dois acessos seguidos e um forte trabalho de marketing. O clube ainda aguarda reviravolta, pois acredita que o plano de modernização da FPF tenha como compromisso principal que as competições sejam decididas apenas pelo critério técnico.
``Nos sentimos penalizados por termos sido melhores e não posso acreditar que depois daquele jogo o time perdedor ficará com a vaga que é nossa´´, finaliza Silvério.
Linha do tempo:
Dezembro/2014: Atibaia disputa a final da quarta divisão contra o Nacional e fica com o vice-campeonato. O acesso à Série A-3 é inédito para a cidade, que nunca teve time de futebol profissional na terceira divisão.
Março/2015: No meio da disputa da Série A-3, onde brigava pelas primeiras colocações, uma norma faz com que o Atibaia perca o mando de seu estádio e passe a jogar em Bragança Paulista, Indaiatuba e Guarulhos.
Maio/2015: Pela última rodada da segunda fase da Série A-3, o Atibaia vence o Barretos por 1x0 com gol aos 47’ do segundo tempo e fica com a quarta e última vaga para a Série A-2 de 2016.
Junho/2015: Em reunião com Leonardo Silvério, prefeito de Atibaia, Saulo Pedroso, promete que time jogará a Série A-2 e que utilizará canais políticos para viabilizar as necessidades
Setembro/2015: Reunido na Federação Paulista de Futebol, prefeito de Atibaia chora e implora que entidade autorize clube a jogar em Bragança Paulista. FPF bate o pé e não cede.
Outubro/2015: Leonardo Silvério, vice-presidente do Atibaia, entra com recurso para ficar com a vaga
Outubro/2015: Federação convoca Conselho Técnico das competições e chama Barretos para a Série A-2 e Atibaia para a Série A-3.
Fonte: assessoria de imprensa do Atibaia, com informações do regulamento da A-3 e FPF
Etnogênese. Niterói RJ.
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