O Grêmio Esportivo Novorizontino, clube da cidade de Novorizonte, vice-campeão paulista de 1990, quando era comandado por Nelsinho Baptista, e perdeu a final caipira para o Bragantino, de Vanderlei Luxemburgo, foi extinto em 1999. O clube do coração do saudoso presidente Jorge Ismael de Biasi, que de tão apaixonado por futebol construiu um estádio e o repassou para o Tigre, acabou sucumbindo por problemas financeiros.
A cidade de Novo Horizonte ficou triste. O futebol profissional deixou de existir e o estádio Jorge Ismael de Biasi, o popular Jorjão, passou a sediar apenas o futebol amador.
A população de Novo Horizonte, hoje com aproximadamente 40 mil habitantes, passou a cobrar a volta do futebol profissional. E ex-jogadores ligados ao extinto Grêmio Esportivo Novorizontino resolveram se juntar a família Biasi, já sem o apaixonado Jorge Ismael de Biasi, que havia falecido, para ressuscitar o Novorizontino.
No dia 1º de março de 2010 surgiu o Grêmio Novorizontino, que retornou ao futebol profissional em 2012, com o atacante Alessandro, o popular Cambalhota, que no início de carreira defendeu o clube e depois passou por Corinthians, Santos, Vasco, Cruzeiro, Fluminense. Atlético-MG, contratado para ser a grande atração do Tigre na Quarta Divisão do Campeonato Paulista daquele ano.
Mas não foi apenas Alessandro que retorno ao Novorizontino, primeiro como jogador, e hoje como dirigente, no cargo de diretor. Outros ex-jogadores revelados pelo Tigre também resolveram trabalhar e investir no clube: o zagueiro Alex Sandro (o primeiro presidente), o meia Genilson (atual presidente), o volante Luís Carlos Goiano (coordenador de futebol), o volante Marildo (observador técnico), o goleiro Tenão (conselheiro) e o meia Luís Malva (diretor de patrimônio).
Além dos ex-jogadores, apaixonados pelo Novorizontino, a família Biasi, em homenagem ao patriarca Jorge Ismael de Biasi, resolveu voltar a investir no clube (Jorginho, Roberto, Sandro, Nancy, Luciana, Jô, Valéria e Lilian). E o Grêmio Novorizontino já nasceu forte.
Logo na primeira temporada, em 2012, com Alessandro em campo, o Novorizontino brilhou e subiu da Quarta para a Terceira Divisão (Série A-3). Em 2013, o Tigre não rugiu alto. Mas também não foi rebaixado, permanecendo na Terceira Divisão.
No ano passado, já com o ex-centroavante Guilherme (ex-Marília, São Paulo, Grêmio, Atlético-MG, Vasco, Cruzeiro, Botafogo) no cargo de treinador, e o ex-lateral Jorge Rauli como auxiliar-técnico, o Novorizontino faturou o primeiro título. Foi campeão da Terceira Divisão (Série A-3) e conseguiu o cobiçado acesso para a Segunda Divisão (Série A-2).
Agora em 2015, o Novorizontino vem mostrando, com a mesma comissão técnica e diretoria, muita competência. Após a vitória por 2 a 1, dentro de casa, na última segunda-feira (20/4), o Tigre retornou ao G-4, ocupando a quarta colocação, com os mesmos 33 pontos do Independente, de Limeira, o terceiro colocado; e um ponto a menos que o vice-líder Oeste, de Itápolis. A líder Ferroviária, de Araraquara, já subiu e assegurou o título da Segunda Divisão de 2015.
Faltando apenas duas rodadas para encerrar a competição, disputada em pontos corridos, três vagas no Paulistão de 2016 ainda estão sendo disputadas por Oeste, Independente, Novorizontino, Água Santa, Mirassol, São Caetano e Guarani.
E o próximo jogo do Novorizontino é mais do que decisivo para novo acesso. É uma verdadeira final. Afinal, sábado (25), às 20 horas, no estádio Jorge Ismael de Biasi, o Tigre encara o Mirassol, também na luta pelo acesso. E quem vencer ficará muito perto do Paulistão de 2016.
``Enfrentamos nas últimas rodadas vários desfalques e lesões. E para enfrentar o Mirassol perdemos o lateral Marcelinho, pelo terceiro amarelo, e o volante Jackson, expulso diante do União Barbarense. Mas já espero contar com o Pereira, que ficou no banco de reservas por estar voltando de decisão. É jogo decisivo e contamos, mais uma vez, com o apoio da torcida para vencer e ficar perto do acesso´´, afirmou o técnico Guilherme, totalmente em sintonia com o Novorizontino e a cidade.
Depois, na última rodada, o Novorizontino encara o Batatais, fora de casa, e sonha em dar a volta olímpica comemorando vaga no Paulistão 2016, seu retorna em grande estilo à Primeira Divisão.
``Viramos investidor do clube e estamos muito satisfeitos com o trabalho que vem sendo realizado por todos´´, disse Alessandro Cambalhota.
``O trabalho feito é de alto nível. Com profissionalismo, trabalho e humildade, o nosso grande objetivo é disputar o Paulistão do ano que vem´´, ressaltou Luís Carlos Goiano.
Jorge Rauli, auxiliar-técnico de Guilherme, vai ainda mais além.
``A nossa comissão técnica teve proposta do São Caetano, mas conversamos e recusamos. A estrutura do Novorizontino é fantástica. Temos excelente Centro de Treinamentos, estádio maravilhoso, o clube paga religiosamente em dia e não tem problemas financeiro. E o bicho é gordo. Sem contar que nossa torcida é maravilhosa e nos apóia muito´´, contou Rauli.
Por tudo isso e, principalmente, pelo trabalho profissional da família Biasi e de ex-jogadores ligados ao Novorizontino, o Tigre voltou a rugir alto. E vem fazendo muito barulho no futebol paulista.