Três pontos, liderança e maior visibilidade. O jogo entre Palestra São Bernardo e Esporte Clube São Bernardo, neste domingo, às 10 horas, no Baetão, pela Quarta Divisão do Campeonato Paulista, vale muito para as duas equipes. A liderança do Grupo 6 estará em jogo. O Alviverde lidera com nove pontos e o Alvinegro é o terceiro com oito pontos. Além disso, os dois times estão motivados por se tratar do grande clássico da cidade, o jogo não acontecia há dez anos.
As duas equipes fazem mistério nas escalações e treinam com portões fechados. EC São Bernardo não conta com sua principal estrela, o artilheiro Marcos Junior, que está machucad. Ele tem três gols em duas partidas disputadas, passou por times grandes com Corinthians e Cruzeiro, e fará falta ao time do Alvinegro.
Já o Palestra perdeu os sues principais homens de frente, o meia e “carregador de piano” Assunção, e o rápido atacante Igor Feijão. Os dois foram expulsos no último jogo contra o Jabaquara.
O goleiro Vinicius, que vem se destacando na competição, diz que o time tem que ter elenco e acredita que a individualidade irá resolver o jogo.
- O time está preparado para estas baixas, não sei ainda quem entra, mais os meninos estão preparados para suprir estes grandes jogadores, e com certeza será um jogo truncado, onde a individualidade vai resolver - disse.
O menino ao qual se refere o goleiro, provavelmente é a entrada da jovem atacante e revelação Alessandro, de 16 anos, que vem se destacando nos treinos muito por sua habilidade.
O Palestra se destaca no campeonato por ter, ao lado do Américo, da cidade de Américo Brasiliense, a melhor defesa do campeonato. As equipes sofreram apenas dois gols em cinco jogos.
- A defesa começa pelo ataque, todos se comprometem ao que o técnico Lilló impõe, os atacantes também marcam bastante e nos alivia quando a bola chega lá atrás, tem que ter um equilíbrio entre atacar e defender - explicou Vinicius, que entrega o mérito a todo o grupo.
Já O EC São Bernardo se destaca como o time que mais faz falta na competição, foram 101 faltas cometidas e quatro expulsões em cinco jogos.
O STI Esporte (www.stiesporte.com.br) transmite ao vivo a partida por meio de dois canais de mídia, rádio e TV web.
Clássico Batateiro ainda mantém seu charme O derby de São Bernardo do Campo entre Palestra e EC São Bernardo, que ocorre neste domingo, já não empolga tanto os moradores como antigamente, mas com seus 74 anos de vida, o confronto ainda desperta a atenção de muitas pessoas e conserva seu brilho, mesmo que empoeirado nos últimos anos.
Torcedores do Alviverde e do Alvinegro levam a sério a rivalidade, que se iniciou no momento em que o Palestra nasceu, em 1° de setembro de 1935, graças a revolta do jogador do EC São Bernardo, Alfredo Sabatini, preterido de uma partida do clube.
O primeiro confronto ocorreu em 1936, o Dogão ainda se chamava 'Palestra Itália de São Bernardo' (como seria até 1942). O Palestra iniciou as atividades sem campo, só passou a dividir espaço com o rival na década de 40 - considerada a melhor das duas agremiações - quando adquiriu um campo localizado onde hoje está a principal praça da cidade, a Lauro Gomes, no coração de São Bernardo.
Tanto o Alviverde quanto o Bernô mantinham seus campos na Rua Marechal Deodoro.
- Não existia mais nada a se fazer nos finais de semana na Vila a não ser assistir aos jogos de Palestra e São Bernardo. Quando as duas se encaravam era a semana inteira o comentário, apostas antes das partidas e a tiração de sarro após as vitórias - relatou o veterano do Alviverde Cyro Cassettari, ex-goleiro e atual conselheiro do clube.
Em 1950, ambos se filiaram à Federação Paulista e disputaram o profissionalismo. Passada a época dourada de ambos, iniciou-se um período negro para o Palestra, que veria seu campo derrubado pelo progresso.
- Era como Corinthians e Palmeiras, o classico pegava fogo - contou Samuel Abud, que iniciou no Alviverde, mas depois seguiu para o rival.
No entanto, em meio às dificuldades, os clubes demonstraram aristocracia. O São Bernardo emprestaria seu campo para o Palestra e depois, sofreria com a mesma situação, a perda de seu estádio.
O Palestra renasceu na década de 60, ao adquirir uma área no bairro Ferrazópolis. Um outro rival surgiu entre os dois nessa época, o Aliança Clube, que dividia a supremacia do Amador com o Alviverde e na década de 80, se fundiria com o Bernô.
Depois de longa estiagem, realizando apenas amistosos, o Dogão voltou a se encontrar com o São Bernardo na metade da década de 80, quando retornou ao profissionalismo. Na virada do século, ambos se enfrentaram pouco, foi a vez do Alvinegro se licenciar.
Ao todo, não são muitos confrontos, mas toda vez que ocorre, desperta grande curiosidade pela sua tradição. Domingo não será diferente. Os torcedores demonstram respeito mútuo, mas não deixam a tiração de sarro de lado.
- Tem que haver o sarro, essa é a graça do futebol, mas ao mesmo tempo respeito - afirmou o torcedor palestrino Sandro Maniezo.
O rival Pedro Faian, que acompanhou o Palestra no licenciamento do seu clube tem o mesmo pensamento.
- A rivalidade não pode acabar, a gente ainda mantém isso, mas as torcidas se dão muito bem, somos amigos pessoais, só discordamos na hora de torcer - analisou.
Agora, os clubes estão em boa fase no início do Campeonato Paulista da Quarta divisão, cabe esperar o domingo e participar ao vivo de mais um grande episódio da história do "Clássico Batateiro".
Classificação do Grupo 61º Palestra de São Bernardo - 9 pontos
2º Taboão da Serra - 8 pontos
EC São Bernardo - 8
4º São Vicente - 7 pontos
Nacional - 7
6º Mauaense - 5 pontos
Jabaquara - 5
8º Guarulhos - 2 pontos
Informações: Leandro Giudici, assessor de imprensa do Palestra de São Bernardo