O ano começou, mas a Portuguesa Santista (veja o mascote) inicia 2012 sem saber ainda o que terá pela frente: se a Série A-3 (Terceira Divisão) do Campeonato Paulista ou a Quarta Divisão do Estado.
Desde o encerramento da quarta fase da Quarta Divisão, a Briosa pleiteia a vaga obtida pelo Barretos no terceiro escalão de São Paulo. O time do interior é acusado de ter escalado o meia Elvis de forma irregular no confronto entre o BEC e o Olímpia, mas foi inocentado pela Federação Paulista de Futebol (FPF) — se punido, o Barretos perderia seis pontos e seria ultrapassado pela Rubro-Verde na classificação do grupo de ambos na quarta fase.
O time santista recorreu, mas após nova vitória barretense, acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Como o contato da Briosa se deu no final do ano, o STJD ordenou que o início da A3, previsto para o dia 29 deste mês, fosse bloqueado até o caso ser julgado pelo Tribunal, no Rio de Janeiro (RJ). Segundo o vice-presidente de futebol da Portuguesa, Marciel da Silva Turione, a CBF comunicou a paralisação do Estadual a FPF, que no último dia 16 de dezembro informou o clube praiano da determinação da entidade. No próprio site da Federação Paulista, na relação de participantes da A3 constam somente 19 clubes — tanto Briosa quanto Barretos ainda estão na lista de times da Segunda Divisão.
Até por isso, o início dos trabalhos do futebol profissional ainda está travado. "Para jogarmos a A3, teríamos que montar o time já em novembro. Mas se eu monto o time e por acaso a gente perde o julgamento, teríamos que custear o elenco até novembro. Além disso, acabamos ficando sem o parceiro que estava conosco há cinco anos (Gerson Vieira, da Vieira Sports), que não teve condições de renovar. Hoje, temos alguns parceiros já apalavrados, tanto para disputarmos a A3 como a Segunda Divisão. São empresas da Baixada e até de São Paulo. Se a Portuguesa vencer o julgamento no Rio, tenho time para colocar em campo dia 29", garante Turione.
Outra indefinição diz respeito ao novo treinador da equipe. De acordo com o presidente da Briosa, José Ciaglia, há três nomes em conversação, mas a decisão também depende do resultado do novo julgamento. "O treinador precisa ser alguém da região e, se possível, alguém que conhece ou já passou pela Portuguesa. Quem era o técnico do time que chegou às semifinais da primeira divisão em 2003? O Pepe. E do time que chegou nas quartas em 2004? O Nenê (Belarmino). É difícil trazer treinadores do interior porque eles vêm para cá de passagem. Com os daqui, há um maior comprometimento. Eles sabem o que representa a Portuguesa. Além disso, o custo é menor. A região tem gente capacitada para isso", destaca.
Base é prioridade
Se o desenho do futebol profissional ainda é uma incógnita para 2011, uma certeza da diretoria rubro-verde diz respeito às categorias de base. "Das equipes de base, nós não abrimos mão. Quem vai montar esses times e administrá-los é a Portuguesa", enfatiza Ciaglia (foto). Atualmente, o departamento de formação está terceirizado para uma empresa do ex-zagueiro Fernando Matos, cujo contrato ainda tem mais cinco anos de duração. "A situação está com o departamento jurídico. Para nós, está resolvido. Quem vai tocar a base é a Portuguesa", ressaltou o mandatário, que escalou o ex-jogador da Briosa, Jovenil Calixto, para a gerência do futebol amador, e Luis Carlos Valente para a diretoria da base.
Para Ciaglia, a opção pela base se dá pela necessidade de que a Portuguesa Santista volte a ser um clube formador. Para isso, a ideia é formar inicialmente equipes sub-15 e sub-17, além do sub-20 para a transição com o profissional. No entanto, reconhece a dificuldade de se encontrar apoiadores. "O que aparece de propostas para equipes sub-11, sub-13, é impressionante. Mas quando você para e analisa, são propostas vantajosas para os outros e ruins para nós. E não queremos isso. Então vamos devagar, não queremos dar um passo adiante para depois voltar atrás", resume o presidente da Briosa. "O objetivo não é ser campeão na base, mas formar jogadores, ensinar aos meninos como se faz", conclui.
Ano positivo
Apesar do time ter batido na trave no que diz ao acesso "no campo", Ciaglia — que esteve na administração do ex-presidente Avelino dos Santos — avalia que 2011 foi um ano bom para a Portuguesa Santista. "Tivemos uma participação boa no futebol. Tanto isso é verdade que fomos o segundo time com mais pontos no torneio — A Briosa somou 64 pontos ao longo de toda a Segundona, mais que o campeão Independente (56), ficando atrás apenas do vice Capivariano (71). Na parte social, tivemos um crescimento enorme no número de eventos, todos com bons resultados aos cofres do clube. Também houve uma recuperação grande do patrimônio. Na minha ótica, tivemos um 2011 excelente para a Portuguesa", analisa.
* Matéria escrita por Lincoln Chaves, do BoqNews
Brígida Baltar. Rio de Janeiro RJ.
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