20 de novembro é o Dia da Consciência Negra e a Associação Atlética Ponte Preta se orgulha de, além de ser primeiro time de futebol fundado no Brasil em atividade ininterrupta, ser também a primeira democracia racial no futebol brasileiro. Tanto dentro dos campos quanto fora deles, a Macaca foi pioneira em ter cidadãos afrodescendentes em seus quadros, sem nenhum tipo de preconceito, desde a fundação do time em 11 de agosto de 1900.
Entre os fundadores da Ponte existiam negros e mulatos, como Benedito Aranha, por exemplo, que fez parte da primeira diretoria alvinegra. Já Miguel "Migué" do Carmo tornou-se jogador titular do primeiro elenco ponte-pretano, ainda no ano da fundação.
Há quem pense que os primeiros times nacionais a aceitar negros e afro-descendentes foram os cariocas, como o Bangu, que em 1905 escalou Francisco Carregal. No entanto, quando isso ocorreu, já fazia cinco anos que Migué do Carmo tinha entrado em campo com a camisa alvinegra pela primeira vez.
Outro mito amplamente divulgado é de que o Vasco teria sido a primeira equipe a aceitar negros em seu elenco. Na verdade, o Vasco foi fundado como clube de regatas em 1898, mas só em 1915 criou seu departamento de futebol. E, mesmo como Clube de Regatas, só em 1904 elegeu presidente afro-descendente. Segundo historiadores, só em 1923 aquele time carioca jogou pela primeira vez com afrodescendentes e só no ano seguinte defendeu junto à Federação Carioca o direito de ter jogadores negros. A AAPP, como se vê, já praticava a democracia racial antes da equipe vascaína também.
A Ponte Preta inclusive já requisitou junto à Fifa o reconhecimento internacional por ter sido o primeiro time de futebol do mundo a aplicar o conceito de democracia racial. Mais ainda, a Ponte abraçou esta democracia em suas mais profundas raízes, a ponto de ter transformado preconceito em honra. A torcida do clube sempre foi animada e acompanhava o time em todos os jogos do interior do Estado de São Paulo. Por ter na torcida uma base popular e operária, e por ter muitos negros tanto em campo quanto fora dele torcendo pelo sucesso do time, muitas vezes o time era recebido nos estádios adversários de maneira hostil.
Em época em que o conceito de racismo mal era conhecido, os rivais falavam que a torcida era formada por macacos, que o time era macacada. Em vez de brigar, a torcida transformou hostilidade em bom-humor e assumiu o apelido: a Ponte tem orgulho desde sempre de ser a Macaca, todos os seus torcedores amam a Macaquinha e fazem questão de ser os macacos do alambrado.
Seja no campo, na torcida ou em sua diretoria, a Ponte Preta segue conceito que espera ver amplamente popularizado no mundo: aqui há única raça, a humana. Além dessa, só aquela que nossos jogadores mostram em campo.
Fonte: assessoria de imprensa da Ponte Preta
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