quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Pepe, o Canhão da Vila, segundo maior artilheiro da história do Santos, completa 80 anos

Pepe, ex-jogador e ex-treinador, completa 80 anos de idade nesta quarta-feira (25/2). Filho do comerciante José Macia e da dona de casa Clotilde Arias Macia, deveria se chamar José Macia Filho, mas por um engano na hora do registro ficou só como José Macia.

O Canhão da Vila, como ficou conhecido pela potencia de seu chute, nasceu em 25 de fevereiro de 1935, na Rua João Pessoa nº 255, em Santos, em uma segunda-feira de carnaval, e teve dois irmãos Sílvio e Mário, já falecidos. Casou-se em 17 de julho de 1964, com Lélia Serrano Macia, com quem teve quatro filhos; Alexandre, Maria Clotilde, Gisleine e Rafael.

Contrariando a vontade do pai, que dizia que jogador de futebol era vagabundo e baladeiro, chegou ao Santos em maio de 1951, como meia esquerda, e já no seu primeiro treino agradou Salu, o treinador do infantil, e neste mesmo dia assinava seu primeiro compromisso com o Peixe. Com 19 anos, já como ponta esquerda, estreou no time principal em amistoso contra o Guarani, de Campinas, na Vila Belmiro, em fins de 1954.

Hoje aposentado, destaca três partidas marcantes em sua trajetória como atleta. Em 1955, em seu primeiro ano de profissional, Pepe revezava posição com o experiente ponteiro Tite, e o Santos empatava em 1 a 1 com o Taubaté, na Vila Belmiro, partida valida pela ultima rodada do Paulistão. No segundo tempo, com um tirambaço de fora de área, Pepe marcou o gol da vitória dando o titulo do Estadual ao Peixe, titulo que o Santos não conquistava há 20 anos.

Era o começo da história do Santos, que se tornaria conhecido mundialmente, até então era um time que começava a incomodar os grandes, mas que antes se contentava em disputar a quinta ou sexta colocação do Campeonato Paulista com o Ypiranga, de São Paulo.

Outra partida inesquecível foi à fantástica vitória de 7 a 6 contra o Palmeiras, no Pacaembu, válida pela terceira rodada do Rio-São Paulo de 1958. O Santos perdia de 6 a 5 até os 38 minutos do segundo tempo, Pepe que já havia feito o quarto gol, fez o sexto e o sétimo gols do alvinegro praiano, 7 a 6, no jogo que entrou para a história por conta dos cinco infartos entre os torcedores que não aguentaram a emoção de tantos gols e,viradas no placar.

A terceira partida que Pepe destaca, foi a final do mundial de clubes de 1963, quando o Santos venceu o Milan, de virada, no Maracanã. O Peixe perdia por 2 a 0 e o time italiano se tornaria campeão mundial com o empate. O Santos virou para 4 a 2, com dois gols de Pepe, o primeiro e o quarto gols.

Pepe ficou conhecido pela sua habilidade em bater faltas, principalmente pela força em que tinha nos pés. Nos 15 anos que defendeu a camisa do Peixe, atuou em 750 partidas, marcando 405 gols, sendo que um deles entrou para o a arquivo santista como o gol de numero cinco mil da historia do clube.

Mesmo jogando com artilheiros natos como Pelé e Coutinho, conseguiu marcar muitos gols com a camisa do Santos. Além de Pelé, apenas dois jogadores marcaram mais gols que Pepe por um único clube. Roberto Dinamite: 620 gols pelo Vasco, e Zico, que marcou 500 gols pelo Flamengo.

Pepe conquistou 27 taças pelo Santos, sendo 11 estaduais, seis nacionais, quatro torneios Rio-São Paulo, uma Recopa Mundial e outra Sul-Americana, além das Libertadores e Mundiais de 1962 e 1963, junto com Pelé & Companhia.

O ex-ponta esquerda é o 23º maior artilheiro da Seleção Brasileira de Futebol com 22 gols, com a qual conquistou os mundiais de 1958 e 1962.

Depois de encerrar carreira como jogador em 1969, retornou à Vila Belmiro como treinador por cinco vezes, do começo dos anos 70 até a metade da década de 1990. Neste meio tempo, ele treinou clubes no Japão, Portugal, Peru e Emirados Árabes. Seu único título pelo Santos como técnico foi o Campeonato Paulista de 1973.

Como técnico, alem do Santos, foi campeão cearense com o Fortaleza, campeão paulista e da Série B do Brasileiro com a Inter de Limeira, campeão brasileiro com o São Paulo, bicampeão japonês com Verdy Kawasaki, campeão da Série B do Brasileiro com o Atlético-PR, entre outros. Encerrou carreira como treinador da Ponte Preta, de Campinas, em 2006.





Fonte: Luiz Carlos Éden - Sorocaba (SP)

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